DITADURA E O SUPREMO TRIBUNAL

Então será assim: Aguardamos as vésperas do Carnaval onde o povo estará
entorpecido e aplicaremos o maior golpe da República, inocentaremos os réus
do Mensalão do crime de formação de quadrilha! E assim foi com 6 votos
contrários a condenação (ministros Teori Zawaski, Rosa Weber, Dias Toffoli,
Cármen Lúcia, José Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski) e 5 votos
favoráveis a condenação (ministros Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar
Mendes, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello). Depois disso concluímos que o
Brasil não foi vítima de uma quadrilha, e nem Dirceu é seu chefe e com tal,
o ex-ministro José Dirceu e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares garantem
direito a cumprir pena em regime semi aberto. Assim, será permitido aos
dois, com autorização judicial, trabalhar fora da cadeia. Delúbio já está
trabalhando e Dirceu aguarda decisão. Muito bom para a ditadura de esquerda
que se pronuncia no País do futebol e agora da palhaçada. “Esta é uma tarde
triste para este Supremo Tribunal Federal, porque, com argumentos pífios,
foi reformada, jogada por terra, extirpada do mundo jurídico uma decisão
plenária sólida, extremamente bem fundamentada que foi aquela tomada por
este plenário no segundo semestre de 2012″, disse o presidente do STF,
Joaquim Barbosa, um dos cinco a votar pela condenação”. Em seu curto voto,
a ministra Rosa Weber disse continuar “convencida” de que não ficou
configurado o crime de formação de quadrilha. “O ponto central da minha
divergência é conceitual. Não basta que mais de três pessoas pratiquem
delitos. É necessário mais. É necessária que se faça para a específica
prática de crimes. A lei exige que a fé da sociedade seja afetada pela
intenção específica de cometer crimes, afirmou. Deve ser brincadeira. Já o
ministro José Roberto Barroso, o diagnóstico correto é de que houve uma
reunião de práticas criminosas diferenciadas que tinham como objetivo a
obtenção de vantagens indevidas para interesses específicos dos envolvidos,
e não perturbar a paz pública. Um dos votos mais contundentes desta manhã, o
ministro Gilmar Mendes que classificou como reducionista a argumentação da
maioria segundo a qual o crime de formação de quadrilha só ocorre nos casos
de crimes violentos. Termino com um parágrafo que usei em meu último artigo:
Em 1964, sob o pretexto de preservar a democracia ameaçada por um presidente
da República manipulado pelo radicalismo das esquerdas, os militares tomaram
o poder. E o que se anunciava como intervenção transitória, com ânimo de
devolver o poder aos civis, se transformou no pesadelo da ditadura. A
imprensa foi amordaçada. Lideranças foram suprimidas. Muitas injustiças
foram cometidas em nome da democracia.