O Brasil possui alguns bilionários, muitos milionários, número imenso de ricos. É claro que ao lado de uma legião de miseráveis. Mas os 10% mais ricos são detentores de 44% da riqueza nacional. A diferença com os ricos de países civilizados é que a maioria dos nossos é miserável. Relativamente poucos os que se preocupam com o investimento social de sua riqueza.
Ao contrário, nos Estados Unidos os nove detentores de 140 bilhões de dólares, doaram 3,4 bilhões em 2013 a instituições filantrópicas. O primeiro deles foi o Presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, acompanhado de sua mulher, Priscilla Chan. São jovens: ele tem 34, ela 29 anos. O casal destinou 992,2 milhões de dólares em ações do grupo para a Fundação Comunitária do Vale do Silício.
Proporcionalmente, ele doou muito mais do que o dízimo para a fundação. Pois seu patrimônio é avaliado em 24,7 bilhões de dólares, a 14ª maior fortuna norte-americana. Em segundo lugar vem o Presidente da Nike, Philip Knight e sua mulher Penélope, com 500 milhões de dólares para uma fundação de pesquisa sobre o câncer.
O ex-Prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, ficou em terceiro com 350 milhões de dólares. Depois vêm outros menos conhecidos: Charles Johnson, Stephen Ross, Muriel Block, John Arrillaga, Irwin Jacobs e Charles Munger. São pessoas que deixam um legado ao mundo, que perdurará após sua morte. Não juntam por juntar. Não têm idolatria pelo dinheiro.
Gostam do que fazem, reconhecem que dinheiro é instrumento para mudar a vida das pessoas. Já a maior parte dos nossos ricos é apegada à fortuna. Pensa em aumentá-la a cada dia. Nem dormem de receio do que possa acontecer. Vivem reféns de sistemas de segurança. Temerosos de tudo e de todos. Quem trabalha na Justiça tem uma vivência interessante.
Não desconhece que a miséria é fonte de inúmeros malefícios e que a pobreza frustra a massa de atingir sua plenitude como ser humano. Enquanto isso, alguns colecionam bens e dinheiro, esquecendo-se de que poucas as décadas reservadas a cada criatura humana. Os Tribunais estão repletos de processos em que, além do objeto da demanda, escorrem lágrimas e sangue dos que litigam por heranças ou pela partilha de bens nas separações.
Ricos avarentos: continuem a juntar e proporcionarão um belo espetáculo aos pósteros, na luta fratricida e no engalfinhamento de genros e noras, ávidos pelo butim.