COLLOR 2, O RETORNO

Obrigo-me a voltar 23 anos no passado. Em 1992, apesar de recato e
cautela, Fernando Collor de Melo, na ocasião Presidente do Brasil, sofreu
impeachment. No frigir dos ovos, foi impedido por apropriação indébita de
uma Fiat Elba e pagamento dos mitológicos “Jardins da Casa da Dinda”. Parece
migalha perto do que vem ocorrendo hoje no Brasil. Gosto da análise que fez
o saudoso Roberto Campos, economista, diplomata e político brasileiro,
mencionando que Collor falhou antes da posse, ao convidar para compor seu
Ministério pessoas de quem nem sequer ouvira falar – Antônio Rogério Magri,
para o Trabalho e Previdência Social e Zélia Cardoso de Mello, para o
Ministério da Fazenda. Cabe lembrar que foi Collor que confiscou a poupança
de todos os brasileiros. Hoje, Fernando Collor é Senador por Alagoas desde
2006 e reeleito em 2014 com apoio irrestrito do Partido dos Trabalhadores
(PT), inclusive da Presidente Dilma que subiu em seu palanque por vezes.
Nesses dias a Operação Lava Jato teve um importante desdobramento voltado
contra os políticos suspeitos de envolvimento na roubalheira da Petrobras.
Foram cumpridos 53 mandados de busca e apreensão em empresas e imóveis de
políticos. Só na Casa da Dinda, a residência do ex-presidente e senador
Fernando Collor, em Brasília, três carros de luxo de cerca de R$ 4 milhões,
jóias e outros valores. Os agentes também estiveram em seu apartamento
funcional e na sede da organização Arnon de Melo, em Maceió. Há provas e
fortes indícios sobre seu envolvimento no “Petrolão”. Collor se defendeu no
plenário dizendo-se humilhado. Na segunda Guerra Mundial, Joseph Goebbels,
político e Ministro da Propaganda do Reich na Alemanha Nazi, dizia que de
tanto se repetir uma mentira ela acabava virando verdade. Parece que de
fato funciona! Collor conseguiu voltar ao cenário político como Senador. No
império o prestígio era medido pelo número de passos que o palaciano dava
para falar com D. João VI. Parece que Collor voltou poderoso pois está ao
lado de Dilma. O ensino da história pode induzir as pessoas a saberem quem
cultuar, quem destacar, ou quem esquecer. Tomara que dessa fez a história
esclareça o que vem acontecendo no Brasil. A medida que os marginais forem
sendo punidos, não mais devemos esquecer seus mal feitos, pois são como
doenças que retornam mais fortes e mortais e Collor é um bom exemplo.