COAF E A VITÓRIA DE PIRRO

A sigla mencionada em verso e prosa nos últimos dias, COAF, significa “Conselho de Controle de Atividades Financeiras”. Trata-se de órgão administrativo do governo brasileiro criado por lei em 1998 durante as reformas econômicas feitas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso. O COAF tem a finalidade de disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e identificar ocorrências suspeitas de atividade ilícitas relacionada normalmente a lavagem de dinheiro. Na maior parte das vezes, mundo a fora, vinculado aos Ministérios da Economia, obviamente em países que tenham ou acham que tem situação fiscal estável, controlada ou em situação muito melhor do que a nossa. Pelo estado de caos que as Operações Lava Jato e outras vem demonstrando, o Presidente Jair Bolsonaro, por proposta na época do Juiz Federal Sérgio Moro, estreitando a troca de dados, melhorando a comunicação, ganhando tempo – para ser simplista, teve sua estrutura alocada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. “Vitória de Pirro” é uma expressão utilizada para se referir a uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis. A expressão recebeu o nome do rei Pirro do Epiro e da Macedônia, cujo exército havia sofrido perdas irreparáveis após derrotar os romanos na Batalha de Heracleia em 280 a.C e na Batalha de Ásculo em 279 a.C. Pois bem, quando quatorze parlamentares de uma Comissão do Congresso Federal vota e aprova o retorno do COAF do Ministério da Justiça e Segurança Pública para o Ministério da Economia, deixa os outros onze parlamentares, assim como milhões de brasileiros, ou seja, a maioria dos eleitores, perplexos. A razão não é propriamente a devolução do COAF a Economia, isso é natural da democracia, foi sim constrangedor a comemoração dos tais parlamentares, assim como dos partidos “enrolados” com desvios na Justiça da tal “Vitória de Pirro”. Pouco importa, não destruíram o COAF, ele continuará existindo, de porta abertas para investigar os larápios, mas o Brasil está vivendo momentos dramáticos, onde o “Vale Tudo” faz parte do dia a dia, essa sim é a grande tragédia. Difícil determinar quem foi o autor dessa frase, usual na década de 1950 e 1960, mas aqui vai: “Ou o Brasil acaba com a Saúva ou a Saúva acaba com o Brasil”.