COMO SERÁ O ANO DE 2023?

Estamos nos aproximando de 2023. Normalmente, cresce em quase toda a humanidade, a esperança de um ano novo melhor. Para muitos, que vivem com uma renda abaixo da linha de pobreza absoluta, essa esperança é um sonho quase impossível de ser sonhado. Lamentavelmente, a concentração ainda maior de renda para os ricos, comprime cada vez mais a renda dos pobres, em todo o mundo.

Ao reverso, é muito animador o que a “sexta temporada de expresso futuro”, que o Canal Futura apresenta, mostrando a face inovadora e tecnológica de países da África, como Moçambique, Gana e Quênia, cujos territórios sofreram os horrores de guerras civis recentes. A falta de infraestrutura, não vem impedindo a criatividade e inovação nesses países, gerando embriões de crescimento econômico e empregos com conteúdos avançados de tecnologia.

É isso mesmo, a história econômica nos revela que nada permanece imutável na atividade econômica no tempo e no espaço.

A pandemia do Covid-19, por exemplo, provocou alterações substanciais nas relações econômicas entre os países, assim como, entre as empresas e seus colaboradores. Pesquisa recente feita pela Datafolha, com 2.026 trabalhadores, mostra que 52% preferem trabalho remoto ou híbrido.

A imprevisível guerra da Rússia na Ucrânia, que já vem acontecendo há dez meses, mudou as relações econômicas entre a Rússia e os Países desenvolvidos, signatários do acordo da OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte, firmado após o término da segunda guerra mundial, em 1945, hoje com cerca de trinta países.

No Brasil, estamos fechando o ano de 2022, com um crescimento do PIB – Produto Interno Bruto, um pouco acima de 3 %, um ótimo resultado num ambiente mundial em fase de pré-recessão econômica; a inflação está em declínio e deverá ficar abaixo de 6 % ao ano; a dívida interna do Setor Público, deverá ficar em torno de 74,3 % do PIB – Produto Interno Bruto, igualando ao nível pré-pandemia de 2019; os investimentos estrangeiros em ativo fixo, devem somar cerca de US$ 70 bilhões; o superávit na Balança

Comercial, com um saldo de US$ 80 bilhões; a geração de quase 5.000.000 empregos com carteira assinada nos últimos dois anos. Teremos, entretanto, um déficit de Transações Correntes do Balanço de Pagamentos, em torno de US$ 45 bilhões, cobertos confortavelmente pelo investimento de US$ 70 bilhões, como acima citado, sem prejuízo das reservas internacionais de cerca de 340 bilhões.

Para 2023, o Governo do Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, que será empossado em primeiro de janeiro, poderá contar com recursos para manter o Auxílio Brasil, ou Bolsa Família, para cerca de vinte e dois milhões de brasileiros, com o acréscimo de R$ 150,00 por criança até os seis anos de idade. Contará também com recursos para investimentos na saúde, educação e meio ambiente. Será um bom começo para o País, sem, todavia, conhecermos os seus reflexos no endividamento interno do Setor Público ; na inflação, que influenciará na taxa de juros; no crescimento econômico e na questão do emprego.

Um Feliz e Próspero Ano Novo para todos.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia do Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresa.