Projeções do Boletim Focus do Banco Central aponta um crescimento de 2,92 % do PIB – Produto Interno Bruto no ano passado;
O IPCA – Índice de Preços ao Consumidor Amplo, (inflação oficial), fechou em 4,51 %, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística;
O País gerou 1.480.000 empregos com carteira assinada, com um crescimento populacional de cerca de 0,6 % ao ano (crescimento líquido);
Tivemos um superávit recorde na Balança Comercial de US$ 98,8 bilhões e um fluxo cambial (entradas – saídas de divisas), da ordem de US$ 11,4 bilhões. Com esses números, o Brasil terminou o ano com US$ 355 bilhões de reservas internacionais, contra uma dívida externa dos Setores Público mais Privado, de aproximadamente US$ 275 bilhões. Temos uma liquidez internacional de cerca de 1,29, ou seja, para cada dólar da dívida externa, o País é credor no mundo em US$ 1,29.
Os números preocupantes estão abaixo : – O déficit primário do orçamento público de 2023, ficou em R$ 230 bilhões e, se somarmos os juros pagos de aproximadamente R$ 700 bilhões sobre a dívida mobiliária do Setor Público, da ordem de R$ 7 trilhões, a nossa dívida interna aumentou próximos de R$ 1 trilhão. Quanto maior a dívida, maior tende a ser os encargos a pagar e, consequentemente, menor a disponibilidade de recursos para as contas de despesas e investimentos, que dependem do crescimento econômico e da liquidez dos contribuintes. Considerando a relação percentual atual da dívida, de 74,0 % do PIB – Produto Interno Bruto, o multiplicador da dívida tende a ser maior que o das receitas tributárias, qual seja a nossa dívida continuará subindo e é motivo para a parcimônia do Banco Central, na redução da taxa dos juros básicos.
Estarrecedor é que o total dos investimentos do Setor Público, se situou em torno de 1,2 % do PIB – Produto Interno Bruto no ano passado. O Governo tende a ter cada vez menor capacidade de investir. As despesas correntes subiram muito que proporcionalmente, em relação às receitas; os gastos constitucionais subiram da mesma forma e o País anda a passos lentos para o futuro.
Diante dos juros altos; os créditos mais seletivos e incertezas econômicas, o setor privado também retraiu os seus investimentos e, no total, somando os investimentos público e privado, devemos ter atingido cerca de 16,0 % do PIB – Produto Interno Bruto, quando, dada as deficiências no saneamento básico e na infraestrutura logística do País, além de atrasos na educação e na saúde públicas, o País precisa investir pelo menos 25,0 % do PIB – Produto Interno Bruto. Não há como avançarmos em conhecimento tecnológico e melhorar o nível de produtividade da empresa nacional, sem investimentos sólidos na indústria, no agronegócios e em pesquisa e desenvolvimento.
É preciso um esforço concentrado do Poder Judiciário, do Legislativo nas três esferas de Governo e, principalmente, dos governos respectivos, para reduzir gastos e produzir disponibilidades de recursos no orçamento público para que se possa ampliar investimentos no País, sem os quais, continuaremos a navegar conforme os ventos e tempestades, com rumos e direções incertos.
Messias Mercadante de Castro é professor de economia do Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresas.