A “GREVE” DA VERGONHA

No Brasil dos mais de 16.000 sindicatos, a “greve geral” do último dia 28
não foi greve e nem geral. Foi uma demonstração de falta de vergonha na cara
de um punhado de cafajestes, senhoris de pseudos sindicatos aparelhados
pelos marginais que comandaram o Brasil por 13 anos. Arregimentando
vagabundos a troco de migalhas, empunharam bandeiras que não representam
nada, assim como bradaram gritos de ordem sem sentido, quase uma canção em
aramaico. Os lacaios do Lulopetismo, líderes dos arruaceiros, defenderam
naquele dia apenas a própria pele. Greve tem uma pauta clara, discutida com
bases de militantes que participam diuturnamente de desdobramentos. Nesse
final de abril, o que vimos foram piquetes, intimidação de mercenários que
não sabiam o que estavam fazendo. Óbvio que alguns marginais ali estavam.
Como organizar os tradicionais quebra-quebras de finais de tarde vermelha?
Embecis, os líderes dos pseudo sindicatos não entenderam o recado dado pelo
governo Temer. Por que colocar a indispensável aprovação do projeto de
reforma trabalhista na Câmara dos Deputados as vésperas do dia do Trabalho?
Para que imbecis organizassem piquetes “gerais” e fossem vaticinados com a
pecha de acéfalos, arruaceiros e inimigos da ordem pública e do Brasil. Pois
é, assim foi. Usou-se no movimento a mesma falta de caráter que transformou
a política nacional em balcão de negócios. A reforma trabalhista além de
trazer a legislação para o século 21, dar mais força aos acordos tornando-os
flexíveis, reformará e jogará no lixo da história, parte importante do
corporativismo consagrado nos anos 1930 e 1940. Se a aprovação final
ocorrer, trabalhadores e empresários poderão negociar com base em normas
muito mais simples e racionais. A faxina inclui o fim da obrigatoriedade da
contribuição sindical, um dos principais sustentáculos do sindicalismo
parasita dos recursos fiscais. Esse sim é o verdadeiro motivo dos piquetes
“gerais” desse dia 28 de abril. Como justificar um sindicato que vive
exclusivamente de “contribuição” obrigatória sem associados? Sindicalismo
estatal é aberração, é uma caricatura ofensiva das formas autênticas de
mobilização e de organização dos trabalhadores. Não por acaso essa forma de
sindicalismo foi criada no Brasil, juntamente com o peleguismo durante uma
ditadura. Extinguir esse tipo de parasitismo só pode beneficiar nossa
democracia.

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