A NOVA CORONOMIA

Em meio a pandemia do novo coronavírus – COVID-19, já é preciso pensar globalmente o futuro das relações comerciais, internas e internacionais, assim como, o comportamento dos Agentes Econômicos que, até aqui, a curso forçado pelas circunstâncias, alteraram profundamente as suas relações sociais; seus comportamentos de consumo e investimentos e, em muitos casos, até concepções de vida.

Entrementes, algumas reflexões são importantes para um olhar mais atento do mundo. Muhammad Yunus, criador do Grameen Bank, escreveu que a “pandemia tirou o mundo da rota suicida do sistema econômico. O Premio Nobel da Paz de 2006, acrescenta ainda, “o aumento da desigualdade de renda, se transforma em uma bomba relógio de raiva e desconfiança.” “Haverá mudanças conceituais, fazendo todo negócio que visa o lucro se tornar social e ambientalmente sustentável”.

Se não temos hoje, como evento certo, o que o futuro tem em reserva para os negócios, sinalizações indicam caminhos que o mundo, inexoravelmente, vai percorrer nas relações econômicas.

Mariana Savedra Pfitzner que é doutora em economia pela UNICAMP e colega de trabalho como diretora da unidade de Gestão e Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Jundiaí, em nossas trocas de idéias, análise socioeconômica e concepções, concluímos que a nova coronomia é uma forma que os economistas encontraram para se referir a um outro modo de gerir empresas, fazer negócios, aprender, trabalhar, distribuir e alocar recursos que tem como marco zero a pandemia COVID-19. Isso significa que pessoas e Instituições Públicas e Privadas precisam rapidamente se adaptar às transformações impostas pelo novo coronavírus.

Para os negócios sobreviverem e se sustentarem precisarão passar por uma transformação digital urgente, principalmente fazendo da Internet sua principal plataforma de compra e venda, aqui e com o exterior. Portanto, deverão lançar mão de sites para comércio eletrônico, teletrabalho e reuniões online. Também precisarão valer-se de redes sociais, a fim de aumentarem sua exposição para aumentar a base do consumidor em potencial.

A demanda por novos produtos e serviços customizados será restrita apenas a uma parcela da população. Ora, a redução da massa salarial dos consumidores obrigará os empresários a criarem produtos e serviços escaláveis para serem ofertados em massa e a preços baixos. Essa visão estratégica será importante aos que quiserem ganhar mercados.

Enfim, todas essas dicotomias da renda e transformações da “coronomia”, que são reais e previsíveis, são objetos de estudos e ações, contemporaneamente à 4ª Revolução Industrial, que evolui celeremente na produção, no comércio e nos serviços, em todo o mundo.

MESSIAS MERCADANTE DE CASTRO é professor da UNIANCHIETA e gestor de desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia da Prefeitura de Jundiaí.