A VELOCIDADE DAS REFORMAS

É bem provável que nos próximos 10/15 dias, portanto, ainda neste mês, tenhamos aprovada, em segundo turno, a Reforma da Previdência Social, inclusive com Estados e Municípios. Os passos são lentos em nosso País, em um mundo que gira em alta velocidade.

Essa é a reflexão que pretendo compartilhar com o leitor.

Antes da metade do século passado, após a grande Segunda Guerra Mundial, a dinâmica da evolução da atividade econômica e, com ela, a evolução tecnológica e a riqueza, caminharam celeremente, porém, de forma apenas gradual e crescente.

Aos poucos, o mundo foi acelerando as inovações, com o encurtamento dos períodos evolutivos, que provocaram grandes mudanças no painel cinematográfico das nações, alterando o status de muitos países que, pelas suas escolhas certas de desenvolvimento econômico e planejamento estratégico, ganharam destaques e vantagens comparativas no comércio internacional.

O Brasil foi contemporâneo à reconstrução industrial; modernização do seu sistema financeiro e, embora de forma precária, da estruturação de sua infraestrutura, como energia, comunicação, rodovias, portos, aeroportos, metalurgia, siderurgia e outras, porém , erramos ao abandonarmos a estrutura existente das ferrovias.

Iniciamos um processo de industrialização substitutiva de importações, mas fraquejamos, até os dias de hoje, na educação básica e no saneamento básico, além da saúde.

É muito difícil entender e aceitar que o Brasil, com tantas riquezas e recursos produtivos disponíveis, além de um mercado de 200 milhões de consumidores, não consiga avançar em nível equivalente à média mundial.

Nos últimos dez anos a indústria brasileira recuou 15%, enquanto no mundo, cresceu 10%.

Em meio a uma burocracia no Legislativo Federal, além de uma super- estrutura insuportável de custos para o Orçamento Público, conseguimos, apenas, caminhar lentamente.

O mundo atual é plenamente disruptivo tecnologicamente; os ciclos de alterações nas atividades econômicas em todos os setores produtivos ocorrem quase que em tempo real.

Por fim, após a Reforma Tributária, que logo será encaminhada ao Congresso Nacional, comporta questionar quando teremos uma Reforma Política?

MESSIAS MERCADANTE DE CASTRO é professor da UNIANCHIETA e autor do livro “O Gerenciamento da Vida Pessoal, Profissional e Empresarial” – Ed. M. Books-SP e Gestor de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Jundiaí. E-mail: messiasmercadante@terra.com.br