No universo empresarial, sucessos ou fracassos não ocorrem por acaso: são resultantes da boa ou má semeadura. Isso ocorre com frequência e é natural em todos os ciclos de atividades humanas.
Contudo, ao contrário dos árduos caminhos da construção, que às vezes perdura por toda uma geração para o estabelecimento de um empreendimento, destruir é fácil e rápido – exige pouco tempo.
A nossa experiência como consultores nos permite aconselhar aos executivos e, especialmente aos herdeiros patrimoniais, o empenho em suas atividades e na atenção exigida pela responsabilidade de manter, preservar e fazer crescer seus bens.
Se seus esforços não forem condizentes com as exigências intrínsecas dos negócios e bens, inexoravelmente estarão comprometendo sua preservação.
Quando suas atenções estão direcionadas exclusivamente para usufruir riquezas de um modo perdulário, seus bens estarão diluindo-se dia a dia, e o despertar para a realidade não será nada gratificante.
Às vezes empresários dirigentes, se revestem de um ilusório “saber absoluto”, de vaidades, egoísmo que passam a correr riscos de destruir seus patrimônios.
Geralmente, são incapazes de valorizar os trabalhos dos seus colaboradores.
Uma empresa, porém, é constantemente operacionalizada pelo trabalho conjunto de um grupo de pessoas que exercem funções diferentes e que, em um processo de interdependência e complementaridade, materializam seu sistema operacional.
Ao contrário, quando prevalece o egoísmo centralizador em seu comando, instaura-se um clima de insegurança e o trabalho passa a ser executado como obrigação , sem entusiasmo e comprometimento.
Quando uma empresa ou outro negócio vivem essa perniciosa realidade e é afetada por períodos de dificuldades estruturais e conjunturais, com bruscas oscilações do mercado, o caminho não deve ser prioritariamente, o de reduzir o quadro de funcionários com maior remuneração. É preciso estudar alternativas para o negócio e analisar a relação custos-benefícios de seus colaboradores, com meritocracia.
Quando se demite às cegas, esse quase sempre desastroso procedimento pode aliviar a precariedade de liquidez por algum tempo, mas no médio prazo poderá provocar críticas desestruturações internas, encaminhando o negócio para situações de extrema gravidade.
Qualquer determinação envolvendo pessoas deve ser pautada pela cautela, equilíbrio e ponderação para que não se cometam injustiças.
Em períodos de crise, é melhor optar por outros expedientes para minimizar impactos negativos e esgotar todas as formas de soluções antes de decidir-se pela dispensa de fiéis colaboradores.
Para não assumir o papel exterminador da sua própria empresa, é melhor adotar uma postura ética e transparente, respeitar e ouvir. O correto caminho para o sucesso consiste na soma de esforços e na crença de que a verdadeira autoridade é reconhecida naturalmente pela competência, pelo equilíbrio e coerência no trato com os colaboradores e pela sabedoria demonstrada na arte de bem administrar.
Messias Mercadante de Castro é professor de economia no Unianchieta, Membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresa.