Adeus à privacidade?

Os viventes estão superconectados. Não apenas os jovens, que já nasceram nesta era das redes sociais. É uma questão de “cabeça”, de cultura, mais do que de cronologia. Muitos são os idosos que descobriram na internet a melhor fórmula de não serem condenados à solidão. O que isso significa?

Os americanos, sempre zelosos em detectar as novas tendências, acenam com dúplice perspectiva: 55% acreditam que a tecnologia produzirá pessoas mais hábeis em inúmeras tarefas. 42% pensam, ao contrário, que os indivíduos ficarão mais distraídas e menos capazes de reter informação. Seja como for, as redes sociais são frequentadas por milhões de pessoas e “fazem a diferença” na desconstrução de reputações.

Dentre as já disseminadas, destacam-se o Facebook, o Twitter, o Google, o Tumblr, Pinterest, Flickr, Linkedin, Reddit, Soundcloud, Foursquare, Path, Last.fm, Instagram e Highlitght, cada qual com um perfil específico. O Facebook foi criado em 2004 por Mark Zuckerberg e tem 955 milhões de usuários em todo o mundo, sendo o Brasil o segundo maior país na rede. Em seguida vem o Twitter com 500 milhões e o Google+ com 250 milhões.

Será que com isso a privacidade acabou? Às vezes espalhamos informações sobre nós mesmos e partilhamos nossa vida, nossos hábitos e preferências, sem nos dar conta de que isso nos fragiliza ao nos tornar vulneráveis. Mas a comunicação pela internet é irreversível. Quem hoje escreveria uma carta, com toda a mão de obra pertinente? Comprar papel e envelope. Ir até o correio. Ficar na fila. O papel está condenado. Para o ambientalista, então, esse é um convite e tanto.

O melhor é concluir que este é o mundo em que vivemos e nada indica que possa vir a se modificar de forma substancial daqui para a frente. Como diz Gilson Schwartz, “as redes sociais expandem nossa capacidade de fazer conexões e, portanto, de ocupar a própria mente. Depois da imprensa, foi a maior transformação em nossa maneira de entender e se fazer entendido, visualizar e se tornar visível”.

Não adianta se recusar a participar disto. É o mesmo que renunciar a sair à noite por causa da violência. Ou deixar de ligar a TV por causa das baixarias. Para o bem e para o mal, esta é a nossa era. Vivâmo-la!