ALIMENTOS E O BONDE DA HISTÓRIA

Transgênicos são Organismos Geneticamente Modificados (OGM). O IBAMA
interditou a poucos dias 13 propriedades no entorno do Parque Nacional do
Iguaçu que desrespeitaram as faixas de proteção e plantaram soja
transgênica. Nada que o governo faça impedirá o avanço dos transgênicos,
pois o mundo tem fome. Como exemplo, a área plantada de soja transgênica
continua avançando, somando 21% das terras cultivadas em nosso País.
Seguindo resolução internacional, o governo brasileiro determinou que todas
as cargas agrícolas importadas sejam identificadas pela expressão “pode
conter organismos geneticamente modificados” – porque o termo “contém”
implicaria em custos de identificação para a agricultura e o comércio
exterior, especialmente no caso da soja, que poderiam chegar a 10% do preço
final. Abaixo algumas conseqüências antevistas:

· Não será fácil alcançar o consenso, indispensável para a tomada de
decisões em situações desse tipo na ONU; países importadores que não querem
alimentos transgênicos provavelmente resistirão a esse caminho.

· No Brasil a solução na prática, foi adiada para o final do próximo
mandato presidencial; com isso, dá alento aos defensores dos transgênicos,
sem impor mais uma derrota aos Ministérios do Meio Ambiente e do
Desenvolvimento Agrário

Importante ressaltar que não prevaleceram os argumentos dos adversários dos
transgênicos, lembrando que onde se quer, já há estruturas de identificação do OGMs. Ao que parece, o resultado mais forte é o de evitar nova derrota do
Ministério do Meio Ambiente, que tem tido uma posição coerente desde o
início do governo, defendendo o diálogo para que possamos avançar como todos
os outros países, que encaram o progresso como opção. Deixar de abrir esse
diálogo fará do Brasil um País retrógrado, e certamente nossa população mais
pobre pagará a conta. Cuba na década de 1960 não optou pelo progresso social
fechando-se ao mundo. Não podemos perder o bonde do progresso repetindo essa
atitude.