Em uma análise mais profunda, é possível enxergar que a sustentabilidade é uma questão plural e vital em nossas vidas.
O permanente encontro entre o homem e a natureza deve nos levar a agir com respeito e a cultivar a natureza de forma que não haja sobreposição do intelectual sobre o natural, mas, ao contrário, com a nossa submissão àquela que nos abriga e nos sustenta em nossa existência.
Em um mundo essencialmente competitivo, eminentemente excludente e socialmente injusto, sustentar-se com equilíbrio, justiça, respeito ao meio ambiente e à vida, coerência, ética e sucesso não é, efetivamente, uma tarefa fácil.
O imediatismo do “resultado” e a certeza de que no “longo prazo” “todos estaremos mortos”, como escreveu John Maynard Keynes, vem levando a sociedade a agir de forma menos prudente e a eleger o “ganho” e o “sucesso” no menor prazo possível – às vezes, deixando de lado a ética, a sustentabilidade e, em muitos casos, o próprio ser humano, – como objetivos principais, sem observar e considerar os seus reflexos para a sociedade e para o mundo.
Sem nenhum caráter pessimista, mas apenas focando a fotografia que temos da realidade do mundo corporativo e do meio ambiente, passamos a seguir, a abordar temas do cotidiano de nossas vidas na direção, não de pretender ser o “dono da verdade”, mas, acima de tudo, de dar uma contribuição à sociedade, com reflexões pontuais que possam identificar o comportamento pessoal, profissional e empresarial em seus aspectos construtivos e não construtivos.
Seguir o “caminho do meio” – do equilíbrio, da ponderação, do respeito ao ser humano e à natureza, da reverência aos princípios da verdade, da reflexão sobre o certo e o errado – é uma precondição para se ter sucesso. Separar o joio do trigo é distinguir e separar o melhor do pior em nossos paradigmas.
“Paradigmas são simplesmente padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida. Podem ser valiosos e até salvar vidas, quando usados adequadamente. Mas podem se tornar perigosos se os tomarmos como verdades absolutas, sem aceitarmos qualquer possibilidade de mudança.
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Agarrar-se a paradigmas ultrapassados pode nos deixar paralisados enquanto o mundo passa por nós.
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Se uma organização não está desafiando suas crenças e velhas maneiras de fazer as coisas, a concorrência e o mundo simplesmente a ultrapassam.
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A mudança nos desinstala, nos tira da zona de conforto e nos força a fazer as coisas de modo diferente, o que é difícil.
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O progresso contínuo é fundamental tanto para as pessoas, como para as organizações, porque nada permanece igual na vida.”
Em suas últimas faces, a sustentação exige posicionamentos comuns no cotidiano de nossas vidas e, também, estratégicos. Vejamos. A sustentação pessoal requer, entre outros pré-requisitos; – Equilíbrio no juízo de valores em relação às pessoas e à sociedade; – Prudência e ponderação nas ações onde quer que se encontre; – Conhecer os fatos, as verdades e ponderá-los antes de se posicionar; – Reconhecer os erros; – Valorizar as virtudes dos outros; – Ser verdadeiro e não apenas interessado; – Perseguir seus objetivos com tenacidade, equilíbrio e determinação.
A sustentação profissional requer outros pré-requisitos: – O aprimoramento permanente da competência; – O posicionamento eminentemente profissional; – O foco concentrado em suas atribuições ou negócios; – O comprometimento funcional; – O permanente investimento em sua formação acadêmica, na elevação do conhecimento e da informação.
A sustentação empresarial requer outros requisitos: – O pleno conhecimento do negócio, dos sistemas de produção, dos produtos, do mercado, dos pontos fracos e fortes de sua empresa; – O foco no negócio, muito trabalho, organização empresarial, motivação da equipe de trabalho e conhecimento das tendências do mercado; – Um relacionamento saudável com seus fornecedores, funcionários, clientes, prestadores de serviços e com o sistema financeiro; – Um trabalho forte e permanente para minimizar os pontos fracos da sua empresa e do seu negócio; – Reconhecer o trabalho eficiente da equipe; – Investir, permanentemente, para obter economias de escala; – Olhar para a frente e planejar estrategicamente a sua empresa.
Para pensar, entender e agir com sensibilidade, é preciso desenvolver e aprimorar o nosso sentido de “percepção”.
Messias Mercadante de Castro é professor de economia no Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE e Consultor de Empresas.