Quando estudamos, em Economia Internacional – (disciplina que leciono), os fatores determinantes das trocas internacionais, verificamos que as redes internacionais de intercâmbio, estabelecem-se a partir de duas grandes categorias de fatores determinantes: 1) – As diferenças na dotação de recursos naturais, que compreende: – a área territorial – dimensões e características; a diversidade do fator terra e ocorrências localizadas.
O Brasil é privilegiado nessas questões, com uma dimensão de 8.515.000 quilômetros quadrados, com terras férteis; com dois por cento de água doce do mundo e com dezesseis por cento dos raios solares caindo no País. Somos um forte concorrente internacional, com uma produção de grãos da ordem de trezentos e vinte milhões de toneladas/ano; um dos maiores produtores – exportadores de proteína animal; minérios e petróleo bruto, – commodities necessárias e imprescindíveis para o mundo e, portanto, valorizadas. Quanto a ocorrências localizadas, não temos neve, vulcões, terremotos e tsunamis.
Quanto ao segundo fator determinante: as assimetrias em atributos construídos, que compreendem: a relação comparativa entre fatores de produção; a diversidade na qualificação dos fatores de produção e heranças culturais, o Brasil é um País ainda jovem, com apenas seis séculos e perde eficiência competitiva nas “assimetrias”. Temos um baixo nível de produtividade da mão de obra, que decorre das deficiências na educação, com baixo nível de escolaridade; baixo nível de investimentos – público e privado, que provocam uma defasagem tecnológica do País, comparativamente aos nossos parceiros comerciais, insuficiência em saneamento básico, que influencia, negativamente, na qualidade de vida e na saúde das famílias.
Merece um destaque especial, entretanto, quando analisamos as “heranças culturais”.
Herdamos ricamente as culturas dos imigrantes; os usos e costumes; suas técnicas empresariais; suas iniciativas empreendedoras; suas religiosidades; suas culturas e o amor pelo Brasil. Somos tomos “imigrantes”.
Não fosse as deficiências ocorridas em nossa trajetória como País, com governos que se posicionaram equivocadamente, poderíamos ter reduzido a defasagem que temos frente dos países desenvolvidos – (nossos parceiros e concorrentes internacionais); defasagens que sobre- oneram as nossas exportações e o nosso poder de competitividade nos produtos industrializados e na atração dos investimentos externos.
Precisamos aprimorar a estrutura política e a gestão pública no Brasil.
Messias Mercadante de Castro é professor de economia do Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresas.