BRASIL, LÍDER AMBIENTAL EM 2015

A União Européia, sob a liderança da Alemanha, acaba de dar um
passo importante na diminuição do aquecimento global, decidindo que até o
ano 2020 o bloco europeu reduzirá suas emissões gasosas em 20%, aumentando o
uso de energias renováveis (ventos, energia solar, biomassa e outros).
Lamentavelmente, a União Européia só responde por cerca de 15% das emissões
gasosas, o que não resolverá esse grande problema. As mudanças climáticas
resultam do aquecimento do planeta e deixou de ser uma preocupação de
acadêmicos e passando para o plano político. Importantes decisões deverão
ocorrer para enfrentar o problema, e o Brasil não pode ficar ausente delas.
A evidência científica de que a Terra está mais quente é clara; a
temperatura média já subiu quase um grau centígrado no último século e, se
nada for feito, subirá mais dois graus até o fim deste século. As
conseqüências serão devastadoras. As mudanças de clima já se estão tornando
evidentes no mundo todo e até tufões começaram a ocorrer no Sul do País.
Segundo informações de pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (Inpe), o nível médio do Oceano Atlântico já subiu 40 centímetros
nos últimos cem anos e subirá mais ainda neste século, ameaçando as regiões
costeiras do País. O mais grave problema que nosso país vai enfrentar,
contudo, é a desertificação da Amazônia, e com isso se reduzirão ainda mais
as chuvas no restante do País, sobretudo no Nordeste, que se tornará mais
seco do que já é hoje. Todos os demais países do mundo estão começando
a sofrer efeitos semelhantes, porque o aquecimento da Terra, na China ou nos
EUA (principalmente por causa da queima de combustíveis fósseis como carvão,
petróleo e gás), contribui da mesma forma que as emissões resultantes do
desmatamento da Amazônia, que continuam elevadas, colocando o Brasil no
quinto lugar entre os maiores poluidores mundiais. Nesta questão é inútil
procurar culpados, porque, em maior ou menor grau, somos todos os que
estamos contribuindo para o problema. A posição inflexível dos países em
desenvolvimento, incluindo o Brasil, de não aceitarem nenhuma limitação nas
suas emissões gasosas, teve o efeito perverso de levar o EUA (maior emissor
mundial), a se recusarem por a aderir ao Protocolo de Kyoto enquanto China,
Índia e os outros grandes emissores não aderissem também. Não é possível
continuar a usar esta desculpa. É preciso agora enfrentar o problema com
maturidade e fazer um novo acordo entre os grandes emissores para enfrentar
o problema, após quase 15 anos de quase total imobilismo. Em 2014, o Brasil
poderia fazê-lo facilmente reduzindo o desmatamento da Amazônia, sem
prejudicar o desenvolvimento econômico do nosso País. Será que nossos
governantes assumirão essa responsabilidade?