CÓDIGO FLORESTAL NAS NOSSAS VIDAS

No dia 13/07/12, após seis horas de embates, a comissão mista do Congresso
aprovou ontem o texto-base da medida provisória do Código Florestal, editado
em maio pela presidente Dilma Rousseff. Foi uma derrota dos ruralistas, que
queriam impedir a votação a qualquer custo. As 343 propostas de mudança no
documento serão avaliadas somente depois do recesso parlamentar, em agosto.
Até aqui, está mantida a exigência de recuperação da vegetação às margens de
rios entre 5 e 100 metros, dependendo do tamanho da propriedade e da largura
das correntes d’água, como prevê a medida provisória do governo. Não é
difícil dizer onde os brasileiros são afetados pelo novo Código Florestal.
Difícil é chegar a um acordo sobre o tema e mostrar que todos devem se
interessar por tal. Em linguagem simples, o Código Florestal trata das
reservas legais de mata, classifica as matas em disponíveis e não
disponíveis, distancia a margem dos rios do uso da terra, define manejo,
classifica as propriedades rurais etc. Acostumados secularmente a derrubar
árvores para plantar, os ruralistas tradicionais seguem em sua toada
produtivista. Dizem que a população precisa de comida, senão a fome vai
aumentar, empregos serão desperdiçados, a renda sufocará o desenvolvimento.
Já os ambientalistas, apregoam o desastre ecológico. Alardeiam que o novo
Código Florestal desgraça trará, no aumento do desmatamento, nas enchentes,
no aquecimento global, quase o fim do mundo. Já que os ruralistas sabem o
que querem, e os ambientalistas também, e nós? Quando devastam as florestas
sem controle, é no clima que se mexe drasticamente. A mata opera como um
compensador térmico regulando o calor e a umidade, sem a mesma aparece os
furacões, inundações, ilhas térmicas que associadas à poluição resultam no
efeito estufa, na inversão térmica… Já caso não se faça a redução
sustentável das florestas dando espaço a produção rural, poderemos ter a
fome, o encarecimento dos gêneros alimentícios com sua escassez, a volta da
inflação, o desemprego no campo, já que a agricultura familiar ainda é a
maior responsável pela mesa do brasileiro, etc. Desgraças e mais desgraças.
Quem tem razão, os ruralistas ou ambientalistas? Nem um, nem outro. O novo
Código Florestal pouco altera os critérios que regulam a derrubada das
florestas. Além do mais, o odioso desmatamento ocorre à margem da lei, de
forma clandestina, quase sempre mancomunado com a corrupção que cega os
órgãos públicos. Caso de polícia ambiental!