O QUE COMEMORAR NA EDUCAÇÃO?

A falta de educação escolar é uma peste das mais graves, porque além de
contaminar irremediavelmente a formação intelectual das crianças, com
reflexos amargos na vida de cada uma delas, afeta o País como um todo,
humilhando-nos perante o mundo civilizado. As notícias de que
nossas crianças não conseguem aprender Matemática e mal conseguem ler, após
alguns anos de vida escolar, propaga no exterior uma imagem brasileira de
vergonha. O nosso atraso na área é pior que o dos nossos mais pobres
vizinhos. Por ser um problema tão grave e tão presente, era de esperar que os atuais governantes acenassem com a esperança de que vai enfrentá-lo. Mas,
numa demonstração de que parece haver interesse em manter na ignorância essa
massa facilmente manipulável, as prioridades são outras. Humilhados como
todos, porém certamente mais sofridos, estão os professores, com sua vida
aviltada por vencimentos medíocres, que desencorajam o exercício de
profissão tão nobre. Até cerca de 30 anos atrás, pelo menos no Estado de São
Paulo, os professores recebiam vencimentos apropriados a uma vida digna. Era
natural, então, que o magistério alcançasse melhores resultados na difícil
missão de transmitir conhecimentos. De lá pra cá houve o progressivo
aviltamento da atividade, não só quanto aos vencimentos, como também em
relação ao sistema de ensino, que foram compelidos a aplicar, com a
compulsória e coletiva aprovação de todos os alunos, sem aferir o avanço de
conhecimentos de cada um. Sem dúvida alguma, essa desastrosa política
chamada “Educação Continuada”, representou um desestímulo por difundir a
idéia lamentavelmente verdadeira, de que ensinar ou não ensinar dá no mesmo.
Suas conseqüências são graves e colabora de forma aterradora para
consecutivos prejuízos ao nosso país, em especial para que o povo ignorante
eleja criminosos, incapazes, acéfalos e somente às vezes pessoas de bem que
nos represem com dignidade e civismo.