E a crise continua

Com a vitória do partido conservador na Grécia houve um alívio geral quanto à iminente saída do país da zona do euro.

Porém, as preocupações logo voltaram para as dificuldades de constituir um governo de coalizão grego junto com os socialistas, o qual aceite praticar a política de austeridade econômica imposta pela União Europeia (EU) para obterem a ajuda financeira urgente, pois suas reservas não suportam mais que um mês e meio.

Mesmo assim tudo indica que as negociações poderão se prolongar por um período crítico e fazer todo esforço voltar à estaca zero. Com um a cada cinco gregos sem emprego e em recessão profunda, os políticos insistem em renegociar as medidas de austeridade impostas pela EU e FMI para obterem os resgates vitais para a salvação do país.

O governo alemão repetiu o que Angela Merkel já havia dito enfaticamente, que não haverão mudanças substanciais nos compromissos assumidos pela Grécia, e que se poderia se discutir apenas um prolongamento no prazo de pagamento.

Os problemas da EU não param aí. Na semana passada foi anunciado o repasse de 100 bilhões de euros destinados para desafogar os bancos espanhóis. Porém, sem formar uma coalizão com os socialistas não poderá ser finalizado o plano de resgate.

Ainda persistem profundas divergências entre os líderes dos países europeus de como estimular o crescimento, aumentar a integração e evitar uma recessão global, no terceiro ano consecutivo da crise na zona do euro.

O presidente francês François Hollande e boa parte do bloco discordam da chanceler alemã Angela Merkel de como desencalhar a economia. Merkel não abre mão da austeridade como condição para viabilizar a injeção de dinheiro nos países sufocados.

Estamos perante problemas que podem se prolongar por muito tempo. Se houve um alívio com a nova situação política da Grécia, as negociações podem levar um tempo precioso.

Em função do baixo interesse dos investidores, o rendimento dos títulos soberanos da Espanha atingiu 7%, um nível considerado insustentável, causando muita preocupação.

Os mercados internacionais estão avaliando esses fatos como um risco demasiado, e quanto às propostas de resgates ainda faltam muitas informações claras sobre as condições regulatórias.

O que fica para os analistas é que a solução definitiva para a crise europeia ainda está longe de uma estratégia clara e bem definida, dando a impressão que não a encontraram.

 

Fonte: tipnews.info