De banco em banco…

O grande espetáculo do futebol acabou. Ao contrário do esperado, não foi bom nem pra mim nem pra você

A grande massa brasileira – torcedora leiga, agora de voz rouca e mais passiva – saímos tão frustrados que quase deixamos a esperança teimosa nos televisores dos botecos e nos telões das praças, não sem antes de ter xingado todos os xingos e assistido, solidários, aos vídeos dos que xingavam os mais xingados.

À pequena massa dominante, que detém os “pauzinhos”, não foi dado o gozo político da realização da “Copa das copas” prometida.

Os estrangeiros se deram melhor, tanto nas ruas e nas baladas, como nos estádios!

Foi-se o hino a capella, foram-se os atletas devotos e Dalva de Oliveira parou de cantar “Pedro, Antonio e João” com a passagem do mês de junho, mas a “Dança da Quadrilha” não precisa parar, basta mudar o foco.

E o que sobrou de julho foi pródigo nisso…

No front externo, onde sempre há um muro pra ficar em cima, não se tomou posição contra nem a favor, muito pelo contrário – eis que provocar insensatamente a polêmica com os “sapos de fora” atrai multidões de incautos “de dentro”, como as moscas o mel, ainda que adulterado.

E o eterno conflito entre Israel e Palestina tem servido a deuses e a demônios, independentemente do dobrar dos sinos e do arrastar das correntes.

Recepcionamos com pompa o pessoal do BRICS, aquele grupo de nações chamadas emergentes(Brazil, Russia, India,China, South Africa) e mandamos despautérios ao FMI, esse sempre disponível vilão, que já pensava em mudar a sigla pra RICS.

Recebemos a Rússia e seu Putin mal visto pelo mundo civilizado por sua conduta em relação à Ucrânia.

Entre outras coisas, o peregrino Putin quer reforçar os antigos laços soviéticos com Nicarágua e Cuba – de quem acaba de estornar 90% do débito de 35 bilhões de dólares – pra ficar mais perto do Obama.

Quer também vender tecnologia nuclear pra falida Cristina Kirchner e mísseis antiaéreos pra nova amiga Dilma Rousseff.

Tivemos também a visita do Secretário Geral do Partido Comunista da China e presidente chinês, Mr Xin Jinping.

Com impressionantes reservas derivadas de suas exportações, Jinping encontrou-se em Brasília com representantes do CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos), composto de 33 países da região.

O comércio da China com a América Central e Meridional aumentou 20 vezes nestes 14 anos do século 21, e tem prevalecido a troca por matéria-prima, desde petróleo venezuelano a minérios brasileiros, lastro de empréstimos bilionários aos melhores clientes dos produtos acabados chineses.

No palco doméstico, mais receptivo à pantomima e ao lero-lero do “vem cá que eu também quero”, a via sacra do santo de pau oco segue do banco proibido de fazer previsões de mercado a seus clientes à pose contrita nos bancos do Templo de Salomão no grande culto de egos…

Pelo que mostrou julho, “o pau vai comer muito” nesses próximos meses. Tomara que consigamos interromper a comilança unilateral nas eleições de outubro!