As mudanças climáticas são cada vez mais aparentes. Provocadas pelos padrões exacerbados de consumo e pelas emissões de gases efeito estufa, vem transformando o planeta. Morre-se afogado e de sede ao mesmo tempo. O sul do País, em especial o Rio Grande do Sul e Paraná, vem sendo castigado por chuvas torrenciais. As tradicionais imagens do apocalipse do verão estão de volta, mas dessa vez em pleno inverno. No momento que sofreríamos pela seca, lá estão morrendo afogados. Já no Nordeste, em especial no estado do Sergipe, os rios minguaram, as represas secaram e a terra árida aniquila plantações inteiras provocando prejuízos incalculáveis. Anualmente assistimos tragédias climáticas, como a avalanche de pedras ocorrida há 5 anos na região serrana do Rio de Janeiro. Na ocasião, provocada por chuvas torrenciais, contabilizamos mais de 1000 mortes e um número incalculável de desabrigados. O bom e velho “Chapolin Colorado” diria; “Eu não te disse?” Avisar não é o bastante. As defesas civis das áreas afetadas são despreparadas para tamanha emergência. O governos Federal, Estadual e Municipal devem criar planos de contingências e políticas sustentáveis de médio e longo prazo. Na verdade, sem macro políticas públicas que regulem questões dramáticas como da ocupação urbana e rural, continuaremos a assistir simultaneamente mortes por afogamento e pela seca. Esse é o retrato da incompetência e irresponsabilidade do poder público em gerir a ocupação organizada e sustentável. Como situações tão dramáticas e antagônicas podem estar ocorrendo? Nossa civilização necessita de projetos de ocupação que inibam a formação de aglomerados sem sustentabilidade. Nossos representantes devem criar políticas públicas sustentáveis, principalmente com a redução no consumo. Impossível? Espero que não, caso contrário a situação a cada dia poderá piorar construindo autênticos infernos urbanos que irão do deserto a inundação no mesmo dia. Outras civilizações desapareceram por questões muito próximas a essas, como por exemplo, os Maias. Resultado de estudos feito por pesquisadores da Universidade de Rice no Texas, corroboram com a teoria já existente, ou seja, a de que um período de seca extrema entre 800 d.C e 900 d.C determinaram o fim por completo da civilização Maia.