É PRECISO PERSEVERAR

O mundo iniciou 2020 com um astral positivo, com expectativas de um desenvolvimento econômico global robusto e sustentável; inflação baixa e sob controle; um crescente fluxo de comércio internacional; nível de empregos em ascensão e orçamentos públicos equilibrados, conforme a ortodoxia econômica recomenda.

Ao fim deste primeiro semestre, o mundo deveria estar festejando essas conquistas, não fosse a inversão catastrófica provocada pelo novo coronavírus-covid-19.

Com cerca de mais de 10 milhões de pessoas infectadas no planeta e com mais de 500 mil mortes, a bactéria navega em todos os mares e assombra os países e as famílias. Ela parece que vai embora, mas volta novamente, provocando temor e incertezas na saúde e na atividade econômica global.

O conjunto das economias desenvolvidas – Estados Unidos, Japão e Comunidade Européia, mais a China, injetaram em suas economias cerca de US$ 6 trilhões, para evitar uma grande depressão mundial. Ainda assim, projeções do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, apontam uma queda média do PIB-Produto Interno Bruto das maiores economias, entre 8% e 10% neste ano. Nos Estados Unidos 40 milhões de trabalhadores já solicitaram o seguro desemprego.

O Brasil iniciou 2020 com um orçamento público projetando um déficit primário (sem os juros sobre a dívida interna) de R$ 134 bilhões. Nesta altura, com as despesas extraordinárias com a saúde e a sustentação do nível de empregos; a ajuda humanitária aos desempregados e desamparados socialmente; a ajuda aos Estados e Municípios; as renúncias fiscais temporárias e quedas de receitas, já se estimam um déficit da ordem de aproximadamente R$ 800 bilhões.

Já temos 28 milhões de pessoas na informalidade, mais 12 milhões de desempregados. A distribuição de renda em nosso país que já é muito desigual, com a crise, está piorando sensivelmente.

A educação, outro gargalo preocupante para o presente e o futuro do Brasil, pela deficiência intrínseca em sua qualidade, ficou ainda mais prejudicada no semestre passado, pelo visto, totalmente indefinida para este semestre, com prejuízos não mensuráveis para os nossos estudantes.

Felizmente, o Senado aprovou o novo marco regulatório do saneamento básico, que prevê a sua concessão ao setor privado, com investimentos estimados, até 2033, da ordem de R$ 700 bilhões, além de um milhão de empregos e, o mais importante, com soluções efetivas para as questões de água e esgoto em todo o País.

Aos poucos, outras notícias positivas virão num futuro próximo.

MESSIAS MERCADANTE DE CASTRO é professor da UniAnchieta e gestor de desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia da Prefeitura de Jundiaí.