O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou ontem os números do PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre de 2012, que novamente decepcionaram, com um crescimento de 0,4% em relação ao trimestre anterior, livre das influências sazonais, totalizando R$ 1,1 trilhão.
Porém, para os analistas econômicos esses números não foram surpresa, pois apostavam em um crescimento de 0,5%.
Em relação ao primeiro trimestre desse ano, o que mais cresceu foi a agropecuária, 4.9%, o setor dos de serviços 0,7 % e a indústria continuou sua tendência autofágica, com queda de 2,5%.
Em relação aos resultados da agricultura devemos levar em conta a grande queda que teve no primeiro trimestre do ano, -7,3%, causada principalmente pela quebra na safra da soja, o que ajuda a explicar os resultados apresentados agora.
Outro dado significativo foi a revisão do IBGE referente aos períodos anteriores, e o PIB do primeiro trimestre de 2012 foi rebaixado de 0,2% (divulgado anteriormente) para 0,1%.
Pelo que se constata os incentivos do governo visando o consumo interno ainda não surtiram efeitos concretos e eficientes, a não ser algumas marolas em setores isolados,
Quarta-feira passada, o governo resolveu prorrogar o desconto do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a compra de carros, linha branca, móveis e materiais de construção. Por outro lado os demais setores industriais continuam “chupando o dedo”.
Além disso, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu ainda mais a taxa de juros (Selic) de 8% para 7,5% ao ano. Taxa essa que corresponde a seu menor valor histórico, desde que foi criada em 1986.
Os dados mostram que o investimento teve queda de 0,7%, o consumo familiar aumentou 0,6%, e os gastos com o governo subiram 1,1%. Ao passo que as importações cresceram 1,9% e as exportações apresentaram queda de 3,9%.
Como vinha sendo alertado insistentemente pelos analistas há vários meses, a ênfase no consumo interno não é a solução para todos os males, e fica claro que o governo deve olhar de frente a necessidade de investimento, como a principal saída para a crise, mesmo que seja a médio prazo.