Por conta da pandemia de Coronavirus (C-19), nesse ano as eleições municipais foram adiadas para 15 e 29 de novembro. Escolheremos prefeito e vereadores, mas fiquem atentos, encostados na parede, espremidos e paralisados pelos intensos jatos de lama contra eles esguichados, eis que de repente vão escapando do cerco moral e do que lhes restava de vergonha na cara, sempre com a desfaçatez dos que aprenderam a afanar até pirulitos de crianças. Mudam de partido, mas não mudam os hábitos, vivem no esgoto, se valem de falsos números e sobretudo, de tenebrosas transações eleitorais, com o objetivo exclusivo de continuar mantendo para usufruto próprio a máquina do poder. Investem no cansaço do povo, no cansaço das informações sobre tantas e tamanhas bandalheiras, cansaço de assistir ao vivo e em cores um desfilar interminável de degradação pública, cansaço do cinismo, cansaço dos acordos escrotos entre governo e oposição. Eles investem na ignorância do povo, acostumado às mudanças de enredo das novelas, quando tudo fica mais divertido e atraente com bandidos virando mocinhos e invertem o resultado da história. E desse jeito eles criam novas esperanças e de novo enganam o povo. Eles investem no boicote de informações de instituições comprometidas e no corporativismo interno de departamentos governamentais e de empresas estatais, que deram abrigo às mais escabrosas maracutaias perpetradas com o dinheiro suado dos contribuintes. Apostam decisivamente na destruição de valores, no desprezo pelo esforço do aprendizado, na desvalorização sistemática do conhecimento, na arrogância da ignorância. Eles acham, no fundo, que podem obter o máximo com o meio preparo, o meio-crescimento econômico, o meio-raciocínio e, quando muito, a meia-honestidade. Apostam na meia-boca, no tapa-buraco, na gambiarra, no discurso do “como se fosse”. Eles investem, antes de tudo, no esquecimento e na impunidade. É como se sentissem no direito de reivindicar uma generosa anistia por tudo o que roubaram da sociedade, pelos prejuízos milionários que causaram. E por que e para que eles roubaram tanto? Não foi para nenhum projeto “ideológico”, não foram para nenhuma utopia político-doutrinária, para nenhum “paraíso” social engendrado pelas arrebatadas teorias do século 19, mas sim para simplesmente usufruir. Usufruir bens menores, confortos medíocres, status consumista sem maiores imaginações. Eles roubaram, enfim, para ser medíocres. O povo tem a urna eleitoral como aliada. Respondamos renovando Prefeituras e Câmaras Municipais nas eleições de 2020.