No último dia 17, ao final de sua viagem ao Brasil, onde participou da 1ª. Conferência Anual de Alto Nível da Parceria para um Governo Aberto, Hillary Clinton, secretária de Estado Norte-americana, fez um elogio significativo a Dilma Rousseff perante os líderes de 53 países: “[sua] luta contra a corrupção criou um padrão para o mundo” (uol.com.br).
Essa declaração encontrou eco imediatamente na imprensa nacional e foi amplamente divulgada nos dias posteriores.
De fato a presidente do Brasil tem mostrado até aqui uma postura, senão sui generis, pelo menos bastante incomum ao que a história política relata sobre o que aconteceu em nosso chão, desde Cabral.
Foram sete Ministros que perderam seus cargos em 15 meses de governo de Dilma Vana Rousseff por “denúncia & evidência” de corrupção, e dois outros ainda não estão fora de perigo.
Essa determinação explícita de seus princípios não lhe custou pouco, tanto a oposição quanto aliados cobraram-lhe um preço alto em seus comportamentos no Congresso Nacional. Por várias vezes li que Dilma ainda não tinha começado a governar.
Mas parece que a mineira, ex-chefe da Casa Civil do governo Lula decidiu apostar pesado nesse cavalo.
Como já tive a oportunidade de mostrar em outro texto, nesse mesmo Blog, o Brasil não detém boa colocação no ranking mundial da corrupção: 54ª. posição, em um total de 149 países, atrás do Uruguai, Chile, Croácia e Gana, para citar alguns exemplos.
Mas quero chamar a atenção aqui para alguns pontos, que por já estarem gastos pelo uso descompromissado, não recebem a devida atenção, ou são tratados de maneira simplista.
“A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios” (Montesquieu – pensador.info).
A Sociobiologia não deixa dúvidas hoje que a corrupção sempre fez parte da evolução de nossa espécie. Observando nossos primos (antropoides) mais próximos, os chimpanzés, já existe nesses a atitude de trapacear; evidentemente que seus objetivos, nesse caso, são muito mais nobres do que no Homo sapiens.
Para simplificar o problema, podemos dizer que na atualidade a corrupção se deve a dois fatores inter-relacionados: densidade demográfica e cultura. Todas as causas e meios de controle da corrupção que se possam mencionar, encaixam-se necessariamente nos dois conceitos acima.
Não é por acaso que os países escandinavos como Finlândia, Dinamarca, Suécia, etc., possuem os índices mais baixos, e os países do continente africano e alguns asiáticos, os mais altos.
Em todos os países do planeta com grande população e baixa cultura do povo, a corrupção grassa, sem exceção. Qualquer administração fica impotente para extinguir esse mal.
Portanto a causa dessa desgraça que assola o mundo globalizado é “simples”, ou seja, conhecida e evidente, porém, a solução extremamente difícil, considerando que a grande luta pela liberdade e democracia no mundo, deflagrada após o final da guerra fria, se transformou, em alguns países em liberalidade perniciosa e democratismo, o que favoreceu ainda mais a corrupção institucionalizada.
Os agricultores ou os funcionários da agroindústria que cultivam o eucalipto (gênero Eucalyptus) sabem muito bem que para combater a maior praga de suas atividades, a formiga, não basta matar os indivíduos, mas agir drasticamente na causa principal, o núcleo de reprodução.
Portanto a solução para a corrupção está em combater as causas, seus núcleos de reprodução, como o controle da natalidade e a educação em vários níveis, de forma efetiva.
Sem cultura não existe democracia e a verdadeira liberdade! E ainda, com o voto do analfabeto, o voto obrigatório e a falta de equidade do voto distrital, o máximo a que poderemos chegar é num democratismo, seleiro de mais corrupção. Sem atingir diretamente o núcleo de sua reprodução, tudo o que for feito para combatê-la, se reduzirá em matar apenas as formigas!