Nesse período que antecede as eleições e em que se iniciam os debates entre os candidatos à Presidência da República, é importante que a sociedade brasileira tenha conhecimento da grave situação fiscal do País.
As verbas contingenciadas para a saúde, educação e outras, para a previdência social, segurança pública e compromissos trabalhistas com funcionários públicos nas três esferas de governo: municípios, estados e a união; nos três poderes constituídos: Executivo, Judiciário e Legislativo, consomem um percentual próximo a 90% das receitas do setor público, deixando pequena margem para os outros gastos com custeio e quase nada para investimentos, provocando ao final, um déficit primário para o orçamento público deste ano de aproximadamente R$139 bilhões, sem considerar, portanto, a conta dos juros incidentes sobre a dívida interna do setor público, atualmente, de aproximadamente R$ 5,3 trilhões.
A realidade acima nos remete a aumentar anualmente a dívida interna do setor público em cerca de R$ 400 bilhões, dependendo da magnitude dos juros básicos da economia e do nível de déficit primário. Esse incremento anual da dívida, se não reduzido, poderá ser por muito tempo superior a possível crescimento do PIB – Produto Interno Bruto, qual seja a dívida continuará subindo insustentavelmente.
A gravidade da “doença econômica e social” do Brasil exigirá muita sensibilidade; equilíbrio; conhecimento; competência para articular ações sociais e econômicas para o reerguimento do País, com geração de emprego e renda; firmeza para reduzir despesas e ampliar a capacidade de investimentos na infraestrutura e segurança nacional, além de um sobrenatural poder de articulação junto ao Congresso Nacional, por parte do futuro Presidente da República, para aprovar as imprescindíveis reformas da previdência social; tributária e política, entre outras.
Não será uma tarefa fácil, nem comportará medidas populistas ou radicais que possam criar ilusões passageiras, de curto prazo, mas que no médio prazo poderão afundar e quebrar de vez o Brasil.
Temos pela frente um grande desafio e a responsabilidade da escolha. O voto é nosso.
MESSIAS MERCADANTE DE CASTRO é professor da UNIANCHIETA e autor do livro “O Gerenciamento da Vida Pessoal, Profissional e Empresarial” – Ed. M. Books – SP e Gestor de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Jundiaí. E-mail: messiasmercadante@terra.com.br