FATORES DETERMINANTES DAS RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS

John Stuart Mill, em Principles of Political Economy (Princípios de Política Econômica), destaca a importância do Intercâmbio Econômico entre as

Nações, através da interdependência e complementaridade, na produção de mercadorias e serviços “com o emprego mais eficiente das forças produtivas do mundo”.

A partir do século XVI e nos últimos cinco séculos (500 anos) pelo menos, a corrente de comércio exterior entre os países tem crescido de forma acentuada, tendo experimentado períodos de descontinuidade apenas durante as crises das guerras mundiais.

Ainda antes do fenômeno mais acentuado da globalização econômica, mais acentuado, mesmo porque a globalização das economias teve início com seus primeiros passos na Revolução Comercial, exatamente em meados do século XVI em que alguns fatores foram determinantes para a ampliação do intercâmbio econômico mundial, vejamos : A diversidade do fator terra e outras condições de competitividade de produção; o impulso nas intensificações das trocas internacionais; o processo de globalização e suas implicações.

Quando enfatizamos a diversidade do fator terra, estamos, na verdade, observando e registrando as diferenças assimétricas entre os países, em relação às diferenças na dotação de recursos naturais, que abrange não somente a terra, mas a área territorial, considerando dimensões que, por exemplo, não são totalmente iguais em um país continental como o Brasil e, também as ocorrências localizadas como suas riquezas identificadas, como a água, petróleo, minérios, fertilidade do solo e etc.

Outra condicionante fundamental que leva à vantagem comparativa no comércio mundial, se refere às assimetrias em atributos construídos: Destacam-se, nessa questão, entre os países, a relação entre fatores de produção; a diversidade na qualificação dos fatores de produção, impulsionadas pelas heranças culturais que produzem as diversidades em capacitações acumuladas pelas Nações.

Os países em desenvolvimento, são, via de regra, ricos em “atributos naturais” e, ao reverso, os países centrais, desenvolvidos, tem dificuldades em “atributos naturais” e são ricos em “atributos instruídos”, em função de heranças culturais e riquezas acumuladas.

Com base nessa realidade, a corrente estruturalista, liderada na América Latina pela CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina, através dos Eminentes Economistas, os Professores Ministro Celso Furtado e o argentino, Raul Prebish, sintetizaram em dois pontos cruciais, a Teoria do Comércio Exterior, evidenciando a deterioração das relações de trocas entre os países desenvolvidos, produtores de manufaturados, bens de capital e tecnologias e, os países em desenvolvimento, produtores de insumos, commodities e bens de consumo não duráveis.

Essa realidade produziu ganhos assimétricos no comércio exterior, como dificuldades crônicas dos países em desenvolvimento para equilibrar as contas externas; o aumento do empobrecimento dos países exportadores de produtos primários e, consequentemente a ampliação da distância relativa dos padrões de riqueza entre os países industrializados “centros” e países de economias predominantemente primária da “periferia”.

Uma reação à essa realidade, proposta pela corrente estruturalista dos anos 50 e 60, centrava-se na indução do progresso técnico e da industrialização dos países de desenvolvimento retardado, que resultou no processo abrangente na América Latina, de “substituição de importações” e “industrialização intensiva”. A primeira ancorada em medidas de forte conteúdo protecionista; a segunda, voltada para a conquista do mercado exterior, ancorada em “competitividade construída”.

Como podemos verificar no transcorrer das atividades e informações, vivemos intensamente um processo crescente de globalização das economias. Há um relacionamento efervescente; um processo de integração econômica e política das Nações; há um crescimento numérico, que é muito forte, nos sentidos vertical e horizontal, da grande expressão de empresas transnacionais na comunidade econômica global; o avanço da informação em “tempo real” e tecnologias em áreas-chave que impulsionam a atuação global dos setores industrial e de serviços em todo o mundo, que em consonância, as políticas públicas são levadas a um processo de desregulamentação e liberalização, de forma crescente para viabilizar a competitividade e inserção dos produtos nacionais, no mercado global.

Sobressaem, nesse processo, os Blocos Econômicos e os acordos comerciais.

É crucial, ou o país, considerando nele suas empresas, se insere de corpo e alma nesse processo, ou fica fora. Não há meio termo.

Messias Mercadante de Castro é professor de Economia na Unianchieta e Consultor de Empresas.