O fiasco do Facebook

Após o fiasco da entrada do Facebook no mercado de ações, precedida por um esquema de marketing monumental, que ocupou grande espaço na mídia mundial, aumentaram as incertezas e as projeções de seu o real valor.

Como mencionamos em post de 18/05, sua Oferta Pública Inicial (IPO) iniciou com as ações no valor de US$ 38, negociadas na Nasdaq (National Association of Securities Dealers Automated Quotations – Associação Nacional Corretora de Valores e Cotações Automatizadas), o que balizava o valor da empresa em US$ 104 bilhões.

Mas o avião não decolou, após uma pequena valorização no primeiro dia de 0,6%, as ações foram perdendo valor dia após dia, terminado a primeira semana com um saldo negativo de 16%, e a ação cotada em US$ 31,9.

Os investidores que estão mais cautelosos com outra possível bolha com as empresas de tecnologia, especificamente as de redes sociais, não obstante as grandes expectativas e potencial que certamente possuem, não se esqueceram das duras experiências de 1990.

Por outro lado, os que entraram “de cabeça”, embevecidos pelas propagandas e ilusões, agora estão revoltados e já multiplicam-se os processos na justiça contra o Facebook, Mark Zuckerberg e alguns bancos que patrocinaram o IPO, acusados por esconderem previsões de crescimento e privilegiarem somente alguns investidores sobre a redução da receita do Facebook, antes da oferta pública na Nasdaq.

Alguns investidores alegam um prejuízo de mais de US$ 2,5 bilhões, vitimas de sonegação de informações das estimativas de receitas pela empresa.

Dentre os bancos envolvidos, o Morgan Stanley já anunciou que vai ressarcir quem pagou a mais pelas ações do Facebook.

Que situação! Não resta dúvida que esse imbróglio inusitado não vai derrubar a empresa, mas certamente trará prejuízos a curto e médio prazos não só para Facebook, mas também a outras empresas de redes sociais, que em menor ou maior grau serão afetadas.

Antes da crise das “ponto-com” em 1990 os investidores injetaram US$ 150 bilhões em dois anos nas empresas de tecnologia, ao passo que nos últimos dois anos investiram US$ 60 bilhões.

Isso mostra que além dos investidores terem aprendido a lição, hoje existe muito menos dinheiro para os investimentos de risco.

O que fica como mais um aprendizado para o mercado é que o IPO do Facebook se cristalizará como um marco, e balizará as novas ofertas, o que não deixa de ser um fato extremamente negativo, para a credibilidade no mercado de ações.

Se por um lado estamos em uma era de “mudança de fase” do conhecimento técnico científico com um futuro inimaginável pela frente, por outro, todo excesso (ou oportunismo) na colocação de empresas desse ramo no mercado, passa pelo fio da navalha das contingências da crise econômica mundial.