O século XXI vive a era das informações. Elas são acessíveis, mas são infinitas. O que gera uma fome infinita por armazenamento de todos os dados. As grandezas do mundo virtual nos obrigam a uma contínua revisão da própria linguagem. Basta mencionar que já falamos em kilobyte, de reduzidas proporções.
Um retângulo de 2 por 4 centímetros é o equivalente a um kilobyte. Já um jornal inteiro, no suporte físico papel, equivale a 224 kilobytes. Um megabyte é a soma de 1.024 kilobytes e um gigabyte representa 1.048.576 kilobytes.
Agora já se fala em terabyte, ou 1.073.741.824 kilobytes e o petabyte é a cifra sequer mencionável de 1.099.511.627.776 kilobytes. A área do Brasil pode ser traduzida em 8,9 exabytes e, a continuar no ritmo atual, em 2020 precisaremos de 4.600 Brasis para armazenar toda a informação disponível no planeta.
O mundo gera mais informações a cada segundo. E todos temos receio de “deletar” nossos arquivos, pois ficaríamos perdidos neste ambiente digital. Os cientistas e os tecnólogos trabalham de forma incessante para dar conta da demanda. Há dez anos, um pendrive correspondia a 128 megabytes. Hoje ele acolhe informações contidas em 128 gigabytes.
O desafio impõe trabalho incessante. Agora chegam os chips 3D de memória. Os chips de memória flash que conhecemos gravam as informações em áreas planas.
Já um chip em 3 dimensões permite colocar tais áreas umas sobre as outras e isso forma prédios microscópicos de informações. A densidade de cada chip aumenta de forma extraordinária.
Mas a despeito do progresso e dos esforços dos profissionais dessa área que nos obriga a permanecer acelerados, pois a obsolescência está ao nosso encalço, a verdadeira questão não é da informática, mas da filosofia.
O que fazer com tanta informação? Ficaremos asfixiados de tantos números, textos, dados, notícias e figuras? Estamos nos tornando mais felizes, mais tranquilos, mais tolerantes com tantas conquistas.
Isso é que deveria provocar nossa consciência, para que não deixemos de lado a busca por um convívio harmônico, pacífico, que não desespere nem desalente, mas que torne nossa frágil e efêmera existência uma passagem prazerosa por este pobre planeta.
Fonte: Jornal de Jundiaí | Data: 18/04/2016
JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail:imprensanalini@gmail.com.