As fragilidades do gigante

O grande desastre do IPO (Initial Public Offer – oferta pública inicial) do Facebook continua a repercutir no mercado internacional, principalmente no segmento das empresas de tecnologias.

A maior rede social do planeta que se estimava em quase um bilhão de usuários, mais precisamente 955 milhões oficialmente divulgados, agora parece não ter tudo isso.

Estima-se que possui 83 milhões de contas fantasmas o que representa mais de 8,7% do total das contas anunciado.

A empresa se esclarece dizendo sobre dificuldades em detectar e evitar esse tipo de contas falsas, e explica que pode conter número significativo de contas duplicadas, contas para enviar spam e até de animais de estimação!

O número de usuários efetivos do Facebook parece que não é coisa tão transparente como se pensava e cria-se uma incerteza terrível para a captação de publicidade, gerando dúvidas sobre a capacidade de realizar lucros e o verdadeiro potencial do gigante.

Dentro desse cenário, o banco suíço UBS manifestou que pretende entrar com ação judicial contra a Nasdaq (National Association of Securities Dealers Automated Quotations – Associação Nacional Corretora de Valores e Cotações Automatizadas), a qual, segundo o banco, foi responsável pela perda de US$ 357 milhões devido às falhas no sistema da bolsa americana em 18 de maio passado, quando da abertura de capital do Facebook.

Segundo o banco, previamente ao que prometia ser o maior IPO da história, recebeu um grande volume de ordens de compras de seus clientes, as quais não receberam a devida confirmação quando negociadas. Isso fez com que muitos pedidos fossem feitos novamente e o que resultou na duplicação de compras em muitos casos.

O IPO abriu com os papéis sendo vendidos a US$ 38, mas no segundo dia o valor já começou a apresentar tendência à desvalorização, assustando o mercado e posteriormente entrou em queda livre, sendo que atualmente está girando em torno de US$ 20.

Em menos de 3 meses, as ações caíram mais de 45% e a situação poderá ficar ainda pior no próximo dia 16, quando completam 91 dias da abertura de capital e os diretores, executivos e funcionários da empresa poderão colocar à venda mais 268 milhões de ações que possuem.

Na verdade, os analistas não têm uma explicação adequada para esse fenômeno. Parece que o crash das “ponto-com” nos anos 90, ainda não foi suficiente para que o mercado aprenda com as vulnerabilidades das empresas de tecnologia no ambiente global.