Geração conectada

Um dos analfabetismos que está sendo aceleradamente erradicado é o digital. Vejo pessoas de todas as idades navegando bem pela internet, desenvoltos com seus smartphones e se deliciando com a possibilidade de comunicação on line com pessoas em todas as partes do mundo.

A Revolução das TICs – Tecnologias de Informação e Comunicação vieram para ficar. O Brasil hoje está conectado. A parcela dos excluídos digitais passa a ser inexpressiva. Somos líderes em navegação e redes sociais. A cada dia melhoram os índices do acesso à rede. Em 2015, tínhamos metade do Brasil conectado. O Sudeste vencia esse campeonato, com 60% de conectividade. Hoje tais percentagens já melhoraram.

Somos o segundo no uso do Twitter, o terceiro no Facebook, também no Instagram estamos entre os primeiros. Tudo se tornará a cada dia mais veloz, porque a internet das coisas está aí e já produz frutos, principalmente no setor segurança. Mas isso é apenas o primeiro passo. Há muitos caminhos a serem percorridos e a cada dia teremos uma surpresa.

Daí a urgência de se fazer as concessionárias de telecomunicações cumprirem de maneira satisfatória a obrigação de oferecer acesso de qualidade a cada escola pública. Esse dever consta dos primeiros contratos e a previsão era que a cada seis meses, a concessionária faria uma revisão para requalificar a oferta, sempre no sentido de aprimorá-la. Ou seja: o compromisso é oferecer à escola pública serviços de idêntica qualidade aos oferecidos comercialmente.

Importante que isso seja levado a sério, porque de nada adianta prover as escolas de lousa digital, permitir que alunado e professores usem pedagogicamente o celular, se não houver possibilidade de acessar a internet.

Nossos jovens mostram uma desenvoltura singular ao se servirem desse cardápio digital. Têm familiaridade com os aplicativos, sabem procurar e encontrar respostas para tudo, fazem pequenos filmes, se divertem e estão continuamente conectados.

Que isso sirva para construir uma cidadania mais unida e mais pronta a colaborar com ideias, controle, fiscalização e acompanhamento de todas as políticas públicas. E que a mentira, a “pós-verdade”, o preconceito e a agressão venham a ser banidas desse uso virtual, pois não é disso que o Brasil precisa para se tornar a grande Nação de nossos sonhos.

Fonte: Diário de São Paulo | Data: 16/02/2017

JOSÉ RENATO NALINI é secretário da Educação do Estado de São Paulo. E-mail: imprensanalini@gmail.com.