LIMPANDO A PÁTRIA

Vivemos há anos o drama de se sentir traídos, enganados e
roubados. Vale lembrar que após a agonia, existe sempre a esperança. Nestes
momentos difíceis, não me recordo de ter visto os brasileiros tão
desanimados, descrentes e desesperançados como agora. Uma parte é composta
pelos que jamais acreditaram nas boas intenções e na competência do
Lulopetismo. Outra parte dos formada pelos que depositaram toda a fé nesses
mafiosos. Nada na vida é mais doloroso que o sentimento de ver desperdiçado
sonhos. O Lulopetismo usou nestes anos um discurso que ia direto aos
corações dos mais jovens, dos menos experientes. Um discurso emotivo,
repetido e difundido por liderança sindicais, universitárias e religiosas.
Esse discurso esperto despertava em cidadãos bem intencionados uma onda de
civismo. Minhas desconfianças em relação à ética do Lulopetismo não nasceram
de preconceitos. O Lulopetismo jamais se interessou por qualquer
aperfeiçoamento de nosso sistema eleitoral e partidário. A prova mais
eloqüente dessa postura arcaica foi dada por ocasião das alterações e
modernizações do sistema partidário e eleitoral. O bom senso apontava para
as regras praticadas em nações democráticas, dando mais poder ao eleitor e
mais transparência ao sistema parlamentar. Nada feito. O Lulopetismo sempre
votou contra tudo. A democracia exigia que a causa não fosse partidária e
nem ideológica. O Lulopetismo sempre teve interesse por manter partidos
fracos e eleitores sem poderes. Não demos passos adiante em nossa
democracia. Objetivava-se o voto distrital, puro ou misto, porque sabemos o
mal que o voto proporcional vem causando à nossa representação democrática.
Queríamos a fidelidade partidária, a cláusula de desempenho, para que nossa
vida parlamentar não continuasse à mercê de legendas de fundo de
quintal.Alguns avanços éticos e democráticos foram alcançados, com grandes
dificuldades, mas nosso presidencialismo continua imperial e capenga, ideal
para o aparecimento de lideranças fanatizadoras, populistas, salvadoras da
pátria. E foi graças à ausência dos instrumentos democráticos de vigilância
cívica que eles montaram seus esquemas para abastecer o partido e seus
aliados. O Lulopetismo desmoronou. As urnas municipais de novembro revelarão
o veredicto do julgamento popular, sendo que nesse momento faremos valer
nossa vontade, limpando a Pátria e sua história.