Liquidação total do planeta

Aproveitem os últimos dias! Foi a interessante mensagem de um desses jovens que se manifestou em junho para mostrar sua indignação. E ele não está totalmente errado. As notícias são as mais desoladoras.

Ninguém parece estar preocupado com os lancinantes pedidos de socorro de um planeta esférico, por isso mesmo insuscetível de ser descartado por esta espécie cruel que ainda não tem para onde fugir. Por mais que se caminhe, continuaremos a tatear a superfície da Terra. Superfície que maltratamos, conspurcamos, poluímos, envenenamos como se isso não nos afetasse.

Não há espaço puro sobre o planeta. O desmatamento contínuo e crescente vai produzindo desertos. A emissão de CO2 torna o ar irrespirável. Que o digam os funcionários dos serviços de saúde que atendem crianças e idosos nestes tempos de chuva escassa. Mais ainda, esse gás carbônico produz o efeito estufa e provoca o aquecimento da atmosfera. Rapidamente sobe a temperatura no planeta e derretem as calotas polares. Morrem os ursos e os leões marinhos. Mas em breve morrerá também o homem.

A água é usada sem pudor. Desde as “vassouras hidráulicas” que são vistas a cada manhã em todos os passeios de todas as cidades. As pessoas não usam mais vassouras. Fazem questão de que o jorro d’água leve toda e qualquer sujeira até à sarjeta. Como se a água fosse um recurso infinito.

Os rios não são mais piscosos. Não têm mais vida. O Tietê é um exemplo emblemático. Visitem Pirapora do Bom Jesus, que hoje oferece um lamentável espetáculo: espuma fétida a cobrir toda a água e a flutuar qual veneno aéreo, contaminando todos os espaços.

 

Vamos continuar a consumir combustível fóssil. “Adoro congestionamento”, dizia há pouco a presidente da estatal que pretende passar a imagem de empresa ecológica. Peçam para ver as distribuições de processos contra ela e avaliem sua responsabilidade social.

Aqui mesmo, vende-se a Serra do Japi como atrativo, enquanto se avança contra a área que deveria ser protegida, sob risco de ela acabar em breve. Pobre, miserável, insensata criatura humana que, por um pouco de dinheiro, não hesita em matar o futuro e a impedir a continuidade de vida neste sofrido Planeta.