Maio para se esquecer

O mês de maio de 2012 foi de muita turbulência, incertezas e perdas para a economia brasileira.

Perdemos mais de US$ 5,05 bilhões, que deixaram o país através da venda de ações e títulos de renda fixa.

O Ibovespa acumulou queda de 11,86% no mês, e teve o pior maio em 14 anos quando caiu 15,68% em 1998 (estadão.com.br). Fechou ontem com 54.490,41 pontos.

Apesar de seguidas intervenções do Banco Central na venda de dólar, a moeda norte-americana fechou ontem cotada a R$ 2,022, acumulando alta de 5,82% no mês.

Dia 30, o Comitê de Política Monetária (Copom) baixou a taxa básica de juros, Selic, para 8,5%, o menor índice da história. Se por um lado deverá produzir um efeito positivo, por outro, a caderneta de poupança passará a ter rendimento menor, uma vez que os juros serão calculados com base em 70% da Selic mais a variação da Taxa Referencial (TR).

A crise econômica da União Europeia (EU) segue em um ritmo alarmante até aqui; apesar da saída da Grécia ser muito grave para o bloco, houve um certo descanso, esperando a manifestação da vontade popular que deverá ocorrer em meados de junho no país. Enquanto isso, a Espanha entrou em estado de coma, com a ameaça de uma derrocada dos bancos em cadeia, e sem uma solução à vista.

A crise chegou aqui e está assustando o governo com a desaceleração de nosso crescimento a passos largos. Os nossos principais bens de exportação, as commodities como aço, petróleo cru e soja tiveram uma queda na demanda, liderada pela China, nosso maior parceiro comercial nesse setor.

Desde o início do ano é evidente a perda de interesse dos investidores e das empresas para conosco, a Jaguar Land Rover suspendeu à instalação de uma fábrica no Brasil, e o mesmo fez a BMW quanto a construção de mais uma nova planta.

Nessas horas é que antigos problemas, muito bem conhecidos de todos, e que foram postergados por conveniência ou leniência perante os interesses políticos saltam aos olhos, como a necessidade da reforma fiscal.

De acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2000 a 2010, a carga tributária média no Brasil foi de 36% do PIB.

Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o contribuinte gasta 40% do que ganha para pagar impostos, ou seja, trabalha 4 meses e 29 dias por ano para pagar tributos! Isso é o dobro do que acontecia nos anos 80!