O exaurido sistema político brasileiro provoca alianças inusitadas. Parcerias insólitas são frequentes, sem considerar ideologia, crenças, histórico, retidão, etc. Temos na política nacional até partidos de aluguel onde se troca reputação, ideologia, correligionários por minutos de exposição política na TV. De qualquer forma tudo tem limite. O aperto de mão de Lula e Maluf nos jardins de sua casa provocou decepção, críticas e um tsunami nas redes sociais. A reação prática e imediata foi da lendária ex-prefeita de São Paulo, Deputada Profa. Luiza Erundina de 77 anos (PSB), que deixou a posição de vice na chapa de Fernando Hadadd para a prefeitura de São Paulo. Ao longo dos anos, Paulo Maluf transformou-se em símbolo nacional de corrupção, apropriação indevida, uso do público em favor do individual. Seu nome aceito por dicionários transformou-se no verbo “malufar” que significa levar vantagens ilicitamente etc. O Dep. Paulo Maluf (PP) é procurado pela Interpol para responder por crimes internacionais. O ex- presidente Lula e o PT passaram do limite em seu programa de poder. Apoiam-se no “vale tudo” e na máxima de Nicolau Maquiavel onde “os fins justificam os meios”, na obra “O Princípe”. Luíza Erundina mencionou em repudia que …”todos políticos devem militar de forma pedagógica entendendo que não podem aceitar práticas condenáveis que afastem a juventude desse processo”. Em 2007 Lula causou furor em um desabafo. Na ocasião mencionou que é normal a gradual caminhada política das pessoas para o centro, à medida que se tornam mais maduras. Para o centro ideológico sim, rumar a qualquer lugar não. Uniões fisiológicas de Lula não são novidades. Enquanto presidente aproximou-se de Delfim Netto, seu inimigo histórico dos tempos da ditadura militar. Nesse caso, nem Lula e nem Maluf convergem para o centro. Maluf não é e nem nunca foi um liberal. Assim como o próprio Lula sempre acreditou no poder do Estado de moldar a natureza humana. Ora, a maior carência do PT é de gente gabaritada para o exercício do poder. O “aparelhamento do Estado” por quadros partidários do PT se revelou, na prática, um fiasco. Organizar passeatas é bem deferente de administrar o Brasil. Nenhum dos escândalos que envolveram o governo de Lula foi um consenso. O aperto de mãos com Maluf decepcionou tanto admiradores e correligionários como adversários. O PT precisa refletir sobre o simbolismo desse momento. Lula precisa se comportar como ex-presidente e preservar sua história que está a deriva.
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Parabéns por expor tão claramente o sentimento que tomou conta dos paulistanos e dos brasileiros em geral com essa atitude do ex-presidente.