O episódio da greve dos caminhoneiros deixou marcas significativas no País que resultaram em elevadas perdas à atividade econômica e ao emprego.
A redução de R$ 0,46 no preço do litro do óleo diesel representa, de imediato, uma vitória da classe e, também, um benefício que irá se materializar, gradativamente, na atividade econômica.
Uma grande perda foi a saída de Pedro Parente da Presidência da Petrobrás.
O pano de fundo dessa crise está associado às decisões políticas dos governos anteriores, a partir de 2009, que estimularam, com crédito fácil, subsidiado e de longo prazo, a compra de bens duráveis, entre eles, caminhões, cuja frota cresceu cerca de 40%, sem contrapartida de crescimento econômico e, consequentemente, de cargas para serem transportadas. Com a oferta maior que a demanda, os valores dos fretes caíram e os custos aumentaram.
Outro cenário, mas com o mesmo pano de fundo da crise está a Petrobrás que tivera seus cargos diretivos designados politicamente e, como conseqüência, a maior empresa brasileira que teve um peso forte para a vitória nas eleições presidenciais com a retórica : “o petróleo é nosso” e a “Petrobrás não pode ser entregue aos estrangeiros (leia-se, privatizada), porque pertence ao povo brasileiro”, acabou sendo saqueada e usada como instrumento de política econômica, vendendo combustíveis com subsidiados e, portanto, com prejuízos, além de inúmeros investimentos, no Brasil e no Exterior, com sobrepreços e outros, com baixo retorno, ou até perdas, como no caso da camada do pré-sal. O conjunto desses fatos deixou a empresa à beira da falência.
Contratado para o grande desafio de recuperar a maior empresa do Brasil, o eminente profissional, Pedro Parente e sua equipe, empreendeu ações corretivas, como a venda de ativos pertencentes à Empresa, a redução de custos e uma política de preços dos combustíveis, conforme as variações do barril do petróleo no mercado internacional.
Nos últimos seis meses, o preço do barril de petróleo passou de US$ 30, para US$ 80. Os preços internos, consequentemente, também subiram e, num momento de recessão econômica – herança dos governos anteriores, os custos ficaram insuportáveis para os caminhoneiros.
Essa é uma lição que nós brasileiros precisamos aprender. O Brasil não precisa de Presidente populista, que promete ações de maior bem estar para todos, com elevado crescimento econômico, empregos e renda, segurança, melhorias na saúde e educação e menor carga tributária. Precisamos sim, de tudo isso, mas com responsabilidade fiscal e respeito ao povo brasileiro.
Messias Mercadante de Castro é professor da UNIANCHIETA e autor do livro “O Gerenciamento da Vida Pessoal, Profissional e Empresarial” – Ed. M. Books-SP e Gestor de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Jundiaí. E-mail: messiasmercadante@terra.com.br