O óbvio não ulula…

As eleições obrigatórias brasileiras em 2014 ocorrerão neste mês de outubro, sendo que o primeiro turno será realizado no dia seis e o segundo – se houver – acontecerá no dia vinte e seis.

Esse pleito vai eleger o presidente e vice-presidente da República, os deputados federais, os senadores, os governadores e vice-governadores, e os deputados estaduais, incluindo o governador (e vice) e os deputados do Distrito Federal, o nosso “vaticano tupiniquim”.

Será nos dado escolher os legisladores e os administradores do Brasil e de seus estados; as cidades, as vilas e as casas, incluindo os cidadãos isolados que nelas vivem – e pensando nelas votam – ficarão pra 2016, assim como as olimpíadas…

Os candidatos estão aí em plena campanha de persuasão via lavagem – de roupa suja e de mentes – como sói acontecer desde os tempos das reuniões dos condôminos das cavernas, agora com o auxílio da mídia faminta de escândalo.

E, também como desde sempre, a atenção do compelido eleitor – inoculado com cafeína artificial misturada com energético de guaraná – se concentra naquele a quem deverá entregar a poderosa e nobilíssima missão de melhorar a sua vida.

As pesquisas indicam que o cardápio está posto: temos a presidente decepcionante que garante melhor performance no próximo mandato, a senhora Dilma “Fé” Rousseff, empurrada pelo pilantra maior Luis Inácio “Nável” Lula da Silva; temos o neto de Tancredo, o Aécio “Café-com-leite” Neves; e temos também Marina “Irmã-marina-do-acre-doce” Silva, que de vice de poucos passou a presidente de muitos pela morte inesperada de Eduardo Campos…

Acontece que os habitantes dos palácios, embora chamem muito mais a atenção, veem muito pouco ou quase nada do que acontece aos habitantes das ruas – quando não “dão uma banana” (ou “brioches”) aos seus vassalos.

E, nos regimes democráticos, presidentes mandam menos do que geralmente imagina o que os elegem e menos ainda o que gostariam os eleitos.

Embora toda escolha deva ser fundamentada e consciente, é preciso não esquecer o poder real do Congresso, representado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados – em inglês mais apropriadamente chamada de “House of Representatives” (“Casa de Representantes”).

Se o Executivo e o Legislativo falarem a mesma língua, ou seja, o partido governista tiver maioria entre os congressistas, a administração fica viável, se não mais fácil, para o bem ou para o mal.

Como a história nos tem mostrado que o mal homogeneiza porque prolifera  no homogêneo – e a “ditadura do PT” confirma – é preciso que tenhamos a sorte de conseguir, pelo voto, a diversidade desejável no Legislativo e a oposição efetiva dos nossos “representatives” aos desmandos egocêntricos de quem governa pensando que reina.

Se a pesquisa de intenção de voto – e a votação efetiva que, estatisticamente, a acompanha – torna inevitável ao cidadão individual a vitória deste ou daquele candidato a “seu” presidente, legisladores heterogêneos e, portanto, com mais isenção na defesa dos seus representados, é o que de melhor a democracia pode oferecer…