OS DESAFIOS DE TEMER

Michel Miguel Elias Temer Lulia, 75 anos, natural de Tietê (SP), descendente
de libaneses, formado em direito pela Universidade de São Paulo, doutor em
Direito pela PUC/SP, refrência em Direito Constitucional, Presidente da
Câmara dos Deputados por duas ocasiões, duas vezes Secretário Estadual de
Segurança Pública do Estado de São Paulo, hoje Presidente em Exercício do
Brasil e talvez uma das últimas rapozas da política nacional em atividade.
Político discreto, notabiliza-se pela educação e pelo gosto refinado. Nunca
participa de festas, a não ser que indispensável para o exercício da
profissão. Michel Temer terá um desafio inversamente proporcional ao tempo
que lhe sobra em seu mandato, ou seja, pouco mais de dois anos para tirar o
Brasil da depressão. Nosso País passa pela maior crise econômica de sua
história, por outra crise política e de credibilidade. Terá que conciliar
governabilidade com apoio do Congresso Nacional sem entregar-se ao “toma lá
e dá cá”, fisiologismo que fez refém a Presidente afastada Dilma Rousseff.
Terá que estancar o processo de queda livre das atividades econômicas
insentivando a agricultura, a construção civil e as microempresas. Ademais
reformar a previdência social, retomar os investimentos e acabar com o
deficit público e fiscal. Deve reinventar o pacto federativo fazendo de
estados e municípios mais autônomos sob a égide de um federação de verdade.
Procurará avançar com os programas sociais sem o assistêncialismo que os
corroeu. Terá que recuperar os empregos perdidos ao longo dos últimos anos,
provavelmente insentivando as parceiras pública e privada. Caso não apoie de
forma irrestrita o combate a corrupção, será mais um fiasco, um “presidente
por acaso”. Ao contrário entrará para a história como o Presidente que
salvou o Brasil do colapso, de uma ditadura de esquerda. Como saldo positivo
dos anos de destriuição das institucições nacionais, sobrou um maior
engajamento político dos brasileiros, por tanto Temer será vigiado
diuturmamente. Ficou evidente que o presidencialismo não é a melhor opção
para nossa república, porém para optarmos pelo Parlamentarismo é fundamental
a reforma política com uma revisão intransigente das estruturas partidárias.
Muitos desafios e pouco tempo. Michel Temer está lançado à sorte e à sua
competência.