A desastrada política econômica da presidente Cristina Kirchner para resolver, ao estilo portenho e intempestivo, os problemas advindos da crise mundial já surtem efeitos em vários setores da economia argentina.
Em outubro de 2011 o governo argentino colocou em prática uma série de medidas restritivas às importações, bem como à compra de moedas estrangeiras.
Tais normas foram justificadas pela Sra. Kirchner para fazer frente ao esgotamento das reservas necessárias para saldar as dívidas do país.
Segundo o Clarín, maior veículo jornalístico da nação, os argentinos já enviaram US$ 164 bilhões para o exterior, de acordo com as estimativas do INDEC (Instituto Nacional de Estadística y Censos) em 31 de março último, o que representa US$ 9,5 bilhões a mais do que somava ao final de setembro de 2011, quando começaram as restrições cambiais, e US$ 15,7 bilhões a mais, desde março de 2011.
A maior parte dos US$ 164 bilhões não está declarada na AFIP (Administración Federal de Ingresos Públicos), valor esse que supera a dívida externa argentina (pública e privada), a qual está ao redor de US$ 142 bilhões, e equivale a 3,5 vezes as reservas de seu Banco Central.
Todas as medidas tomadas tinham por finalidade anular ou ser um grande fator impeditivo à fuga de divisas, mas teve um efeito totalmente inverso. Criou-se um mercado paralelo do dólar, com uma valorização que oscila de 20% a 30% de seu valor no cambio oficial, além de criar um clima psicológico de insegurança, que retroalimenta esse processo para os que procuram garantir seu dinheiro.
O Banco Central (BCRA) apresentava sexta-feira última a soma de US$ 46,3 bilhões, incluído nesse número US$ 3 bilhões tomados de um banco europeu, o que equivale aos níveis de 2008.
Um fato extremamente preocupante é o grande retrocesso dos depósitos em dólares, no sistema bancário, que totalizam US$ 10,3 bilhões, uma queda de 34% em relação a um ano atrás.
Por esses dados relativos apenas à política cambial argentina, podemos ter uma ideia da forma atabalhoada de sua política econômica, recheada ainda com arroubos populistas, como a estatização a YPF da Repsol espanhola e outros brados nacionalistas, que outro objetivo não tem a não ser iludir o povo para que não tenha consciência plena da trágica situação econômica de seu país.