OS GÂNGSTERES BATISTAS

No acordo fechado com a Procuradoria Geral da República (PGR), os gângsteres
Joesley e Wesley Batista, donos da gigante JBS, conseguiram implodir a
república e garantir que não serão alvos de nenhuma nova acusação, na
prática um absurdo perdão judicial, que a princípio não se caracteriza por
não se enquadrar nas condições legais desse benefício. Segundo a PGR,
merecem o benefício porque colocaram a vida em risco ao participar das
chamadas ações controladas. Vergonhosamente, os “Irmãos Metralhas” não
chegaram a serem presos, pagando multa ínfima para a gravidade de seus
crimes. Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF), Rodrigo Janot da
PGR, é alvo de críticas de ministros que enxergam inconsistência jurídica
nos despachos enviados pelo procurador à Côrte. Dentre o que não se explica,
é que os Batistas especularam com dólares e na Bolsa de Valores, antes do
vazamento da delação. A suspeita é de que a JBS tenha aproveitado para
lucrar cerca de R$ 1 bilhão com a crise política causada pelas denúncias e
gravações. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu cinco processos
para investigar as operações da JBS. O documento da CVM mostra que os
processos investigam a prática de crime de uso de informações privilegiadas
para lucrar na venda ou na compra no mercado financeiro, assim como o mesmo
com moeda estrangeira. Tais delitos poderão cancelar os benefícios da
Delação Super Premiada dos “Irmãos Cara de Pau”, e levá-los as grades.
Dentre as peripécias, Joesley Batista divulgou seu diálogo em embuste com o
presidente Temer na Granja do Torto onde no mínimo o agora quase
ex-presidente omite-se e parece concordar com obstrução de justiça,
aliciamento, suborno etc. Esse “patriota” apontou duas contas de propina no
exterior dedicadas aos ex-presidentes Lula e Dilma. Ainda revelou pagamento
de R$ 6,4 milhões, via caixa 2, para a campanha presidencial de José Serra,
assim como o Diretor da JBS, Ricardo Saud, relatou pagamentos de R$ 80
milhões na campanha de Aécio Neves (PSDB). As críticas e as possíveis
inconsistências no processo de delação premiada da JBS deixaram a PGR em sua
posição mais vulnerável desde o início da Operação Lava Jato, numa disputa
pública e de bastidores com o STF e o Poder Executivo. Pessoas de bem não
tem políticos de estimação, cadeia e inferno de segurança mássima para todos
que erraram, inclusive Joesley e Wesley, os verdadeiros safadões.