A revista The Economist publicou nesta semana um artigo sobre a Petrobrás, onde discorre sobre o sufoco por que passa a companhia, bem como o seu sócio majoritário, o governo petista, nas últimas três semanas.
Em tal publicação, a revista rotula a petrolífera tupiniquim como sui generis, que, embora pareça, não é um palavrão, mas pode ser ofensivo …
A presidente da Petrobrás, Maria das Graças – que tem recebido muito poucas de tais graças da mui amiga Dilma – engenheira química de 60 anos que fez carreira na empresa, tem diante de si um dos maiores desafios que já enfrentou na condução do dinossauro estatal:
– A Polícia Federal investiga denúncias de superfaturamento envolvendo fornecedores que pagam a propina e (des)cuidam pra que o serviço contratado não deixe nenhuma evidência de que foi executado. Ou seja, o superfaturamento ancorado na execução ainda que tardia tornou-se coisa do passado. Agora, paga-se o por fora e se manda a duplicata relativa ao serviço fictício para Contas aPagar, departamento servil na hierarquia e perdulário e bom pagador como o seu partido de filiação;
– Um ex-diretor de Refino e Abastecimento, foi preso e ameaça pôr a boca no trombone, instrumento a que o eleitor parece prestar mais atenção ultimamente;
– A CPI sobre a compra, em 2006, de uma refinaria do Texas – por um preço 6 vezes maior do que ela vale hoje – vai se materializando, apesar de toda a diluição de efeito que se vem fazendo para tornar tal inquérito mais um placebo a ser administrado ao doente Brasil varonil.
Ainda assim, as ações da empresa subiram 30% desde a eclosão do atual embroglio, porque os investidores parecem achar que a força da Petrobrás reside no enfraquecimento do atual governo, conforme as pesquisas de popularidade e de captação de devotos indicam.
Enfraquecimento que começa a se consolidar, provocado pela percepção do cidadão ordinário – que precisa fazer empréstimo compulsório com o cartão de crédito a juros exorbitantes – de que seu dinheiro suado não aguenta tantos dias que o mês tem e sua paciência tanto discurso de repetitiva impertinência…
O mercado aposta que um suposto governo de menos ingerência na gerência estratégica pode fazer com que a companhia resplandeça, dada a capacidade brasileira de produzir combustível e toda a imensa gama de derivados a partir de suas gigantescas reservas de óleo.
Embora empresas americanas de combustível – que, apesar do lobby nem sempre camuflado, estão mais livres do jugo politico despudorado que na terra brasilis se imputa – consigam vender gasolina melhor a R$2,03 por litro (US$3,50 por galão de 3,785 litros), as bombas paulistanas não liberam nem a de menor octanagem e mais cana por menos de R$2,50 o litro.
Mesmo assim, a Petrobrás está, alegadamente, operando com prejuízo.
O custo de obtenção do precioso energético é, em geral, igual ao de suas congêneres internacionais. Se não, não haveria o grande interesse que estas têm demonstrado.
Não é preciso ter estudado economia na escola da Dilma – e nem mesmo tornearia mecânica na oficina do Lula – pra deduzir que o problema é de produtividade, principalmente na folha de pagamentos, inaceitavelmente onerada pelo roubo descarado e impune, pela intervenção política – especialmente na forma de apadrinhamento da incompetência – e pelo manipulador sindicato, esse outrora charmoso paladino que se transformou num carrapato estúpido que matará a vaca…