Populismo galopante

Quem examina as muitas crises brasileiras pode concluir que o povo não está sendo educado para conhecer as suas responsabilidades. Foi, sim, despertado para os seus direitos. Todos têm direitos. Exigem e bradam por eles. Mas desconhecem os deveres. Faltaram a essa aula.
O populismo é pobre na discussão. Procura mostrar à população ganhos moderados, como se foram conquistas estupendas. Como anda a educação brasileira? Quantos analfabetos ainda existem? Qual o número de analfabetos funcionais, aqueles que soletram, sabem desenhar o nome, porém são privados de condições mínimas para entender o que leram, narrar com suas próprias palavras um texto, formular uma ideia bem elaborada?

Por isso o festival de incompetências. Quem consegue aprovação num concurso público nutre a certeza de que nunca mais precisará estudar. Agora é só usufruir da “viúva”, que a todos sustenta e que a ninguém nega amparo.

O Estado cresce a cada dia. A maioria de seus integrantes sabe reivindicar, mas não oferece receitas para o aumento da produtividade, nem para cumprir o princípio da eficiência.

É preciso um banho de verdade em quase todos. Se a educação continuar mirando apenas os números, focada na avaliação e não em análise do conteúdo, ela continuará a produzir incompetentes. A Escola deve ser o lugar em que além da instrução, a transmissão do conhecimento e da erudição, o alunado obterá educação. Formação integral, em cidadania, comprometimento, caráter, ética e retidão.

Será que muitos jovens ainda sabem o que significam esses verbetes? Quem se compromete hoje em dia? Quem se preocupa com a coerência e consistência do caráter? Para que serve a ética, senão para rechear composições e ornamentar discursos? O que quer dizer retidão, num País em que o mal sempre vence, em que a coisa mais organizada é a bandidagem e em que o honesto é um animal em extinção?

No festival de idiotices das campanhas eleitorais, que todos pagam, pois não existe almoço de graça, não se verifica a vontade de abrir os olhos do eleitorado. Interessa que este continue cativo, cego e surdo, alimentado com as quireras de uma Nação que teria tudo para dar ao mundo um exemplo de civilização digna e edificante.