TEMPOS DIFÍCEIS, MAS RECUPERAREMOS

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, tem manifestado uma expectativa de que, após a crise da pandemia do novo coronavírus – COVID-19, a economia brasileira possa retomar um ritmo de recuperação econômica, não a pleno vapor, que seria impossível, mas num nível melhor do que as atuais projeções do “mercado”.

Se olharmos os números disponíveis, poderemos verificar os vetores que jogam a economia brasileira para baixo e, alguns, todavia, que podem ajudar na recuperação.

Fechamos o primeiro trimestre deste ano com uma queda do PIB – Produto Interno Bruto, de 1,5%, ante o quarto trimestre de 2019. O setor de serviços, que responde por 65% da nossa economia, caiu 1,6%; a indústria recuou 1,4% e a agropecuária cresceu 0,6%. Em outra forma de medir o PIB, pelo lado da demanda agregada, o consumo das famílias caiu 2% e, um dado positivo, os investimentos cresceram 3,1% e o consumo do governo foi de 0,2% positivo. Outras duas variáveis do comércio exterior: As exportações caíram 0,9% e as importações cresceram 2,8%.

Os números não foram tão negativos quanto aos dos países desenvolvidos em que suas economias recuaram, em média, mais de 6%.

Todavia, não tenhamos ilusões, os números negativos para o segundo trimestre, aqui e lá fora, serão assustadores.

Na luta, o governo vem implementando ações importantes na economia, para mitigar o tanto quanto possível a crise e o impacto sobre os trabalhadores, pequenas empresas e as classes de baixa renda.

Com o “auxílio emergencial”, para cerca de 60 milhões de pessoas, número que pode ainda crescer em mais 10 milhões, a injeção de recursos na economia será de aproximadamente R$ 170 bilhões;

Com a antecipação do 13º salário para aposentados e pensionistas, mais R$ 70 bilhões; A ajuda compensatória pela queda de receitas, os Estados e Municípios receberão R$ 60 bilhões.

A política de redução negociada da jornada de trabalho, entre empregados e empregadores, permitiu que cerca de oito milhões mantivessem seus empregos e o governo fará a complementação parcial dos salários reduzidos nas negociações.

O adiamento do pagamento de tributos, como PIS, COFINS, e parcelamentos tributários, por três meses, vêm dando um fôlego maior ao caixa das empresas.

O conjunto de todas essas ações e muitas outras não elencadas deverão contribuir para rearticular mais rapidamente os negócios na tentativa de minimizar o desemprego. Com a recuperação da saúde e com cerca de sessenta medidas importantes, como essas citadas e outras de grandes envergaduras, o País, ao tempo, retornará ao crescimento econômico.

MESSIAS MERCADANTE DE CASTRO é professor da Unianchieta e gestor de desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia da Prefeitura de Jundiaí.