O “TOMA-LÁ-DÁ-CÁ” na Política Brasileira

O Blog do Noblat realizou interessante pesquisa, perguntando se merece crédito ou não a assertiva do novo líder do Governo no Senado, Senador Eduardo Braga, no sentido de que o “toma-lá-dá-cá” da política terá um fim no governo Dilma, ecoando palavras da Presidenta que dias antes havia dito: “não haverá toma-lá-da-cá em meu governo”. O resultado, publicado na edição do dia 29/3/2012, já era esperado: 46% disseram não acreditar; 44% disseram acreditar que “seguirá tudo como é aqui”. Somente 7% disseram acreditar!

Está ai o retrato perfeito e acabado do descrédito da classe política brasileira.

Infelizmente, essa prática sempre foi uma constante na política brasileira. Incrementada, no entanto, no Governo petista. Foi quando surgiu o famigerado “mensalão”, que é objeto de ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal. “Mensalão” cuja existência é negada, de forma peremptória, pelos petistas, mas que constituiu uma realidade inescondível. Qualquer pessoa de senso médio sabe que existiu. Se vai haver condenação no Supremo Tribunal Federal é outra questão. Porque aí entram outros fatores, como a prova. Nesse tipo de crimes a prova é muito dificultosa, o que leva, quase sempre, à absolvição. A condenação de um inocente é muito mais gravosa que a absolvição de um culpado. Daí o Judiciário se cercar de maiores cautelas para emitir decreto de condenação criminal. A prova há de ser robusta, efetiva, clara. Na dúvida, o réu deve ser absolvido. É o conhecido brocardo latino: “in dúbio pro reo”.

A rigor, numa sociedade eticamente assentada, com um povo esclarecido e bem educado, o exercício da atividade política deveria se dar tendo em vista o interesse comum, da coisa pública (res publica).

Os agentes políticos mover-se-iam na busca do bem comum, do interesse coletivo.

A grande maioria, porém, não age assim. Atua tendo em mira, precipuamente, o interesse próprio, com total desprezo do coletivo.

Daí o “toma-lá-dá-cá”. Só voto essa matéria se fulano for nomeado para tal cargo. Ou então se receber essa ou aquela vantagem pessoal. É o que se vê no cotidiano.

Essa prática persiste porque o povo aceita, continuando a votar em pessoas que assim agem. E não se vê luz no fundo do túnel.

A Presidente Dilma, pelo seu temperamento, pela sua história, cremos que deseja, efetivamente, acabar com essa prática. Mas está claro que não vai conseguir. Se insistir, não governa. A imensa maioria não vai permitir.

Daí o dilema: entrega-se ao “toma-lá-dá-cá” e governa; ou não se entrega e seu governo será um fiasco.

Ao substituir os dois líderes do Governo, na Câmara Federal e no Senado, procurou endurecer. Deu um recado à classe política. As chantagens então cresceram. Será que ela vai conseguir superá-las? Não acreditamos, apesar de sua boa-vontade, de seu interesse efetivo, de pessoa de bem.

A prática está muito arraigada no espírito de nossa classe política que acredita, com certeza, na sua legalidade, da sua correção. Tanto isso é verdade que muitos não se pejam de admiti-la, sob os mais variados fundamentos.
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