O ufanismo burlesco de Cristina Kirchner

Líderes aliados maquinam estratégias para a segunda e inconstitucional reeleição da presidente Kirchner. Mas essa senhora não foi reeleita em outubro passado e iniciou seu segundo mandato em dezembro? E já deixaram vasar, intencionalmente é claro, a notícia dos preparativos, leia-se artimanhas para burlar a Constituição Argentina?

Segundo matéria de Ariel Palacios (estadao.com.br) a deputada Diana Conti, um dos principais elementos da tropa da choque do “ultra-kirchnerismo”, declarou à imprensa que os sequazes da presidente estão estudando uma reforma da Carta Magna.

Graúdos representantes da “tropa” manifestaram abertamente, sem nenhum pudor ou prurido ético, que a melhor forma seria iniciar com apelos genéricos, visando uma alteração significativa da Constituição. E depois que o povo já estiver inebriado, como num jogo do Boca Juniors X River Plate, aí se abririam os debates sobre um novo mandato de Cristina!

Nossos irmãos argentinos não merecem isso. Não que sejamos exemplos de pureza angelical no jogo político, muito pelo contrário, mas, se comungamos com eles da mesma fronteira, sofremos também a mesma sina cultural, que em nome da socialização ou democratização, como queiram, os espécimes da classe instruída e com juízo de valor, aqueles que possuem consciência crítica, aqueles que não costumam engolir o que outros mastigaram, estes estão francamente em extinção – substituídos por uma massa que “ascendeu” de classe socioeconômica, porém adestrada a repetir slogans e tomar “Ginkgo biloba” porque o rádio diz que faz bem pra tudo.

A Sra. Kirchner e associados estão ferrenhamente determinados a implantar novamente o Peronismo, mas pelo que parece esqueceram-se de ler a história correspondente.

O populismo protagonizado por Juan Domingo Perón só floresceu realmente na época da bonança econômica argentina, após o final da Segunda Guerra Mundial e terminou no início dos aos 50 pelo motivo inverso.

Não obstante a escassez de líderes políticos para enfrentar Cristina Kirchner atualmente, bem como a abundância da classe “impensante”, manipulável e analfabeta funcional, nada justifica a desfaçatez da manipulação de um povo, de forma tão primária e indigna.

Nesse ponto temos o exemplo do brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que se recusou a tal disparate, pudera até alimentar anseios, porque é humano, mas o bom senso e a honradez falaram mais alto.

Na verdade a Casa Rosada não sabe o que fazer com a situação socioeconômica na qual o país atolou. Com a retração crescente da economia, queda do superávit comercial para menos de 11 % em 2011, inflação de mais de 24% ao ano, uma taxa de desemprego querendo superar os 7% e a ausência de crédito estrangeiro, depois do calote da dívida externa em 2001.

Então, o que fazer? Resolveram fazer teatro, honra seja feita, qualidades para isso não faltam à presidente argentina, para o grande público, os “descamisados” (não confundir com Fernando Collor de Mello) de Juan Domingo Perón!

Primeiro inventaram um câncer para a presidente, depois as fanfarronadas sobre as Malvinas, em sequência a expropriação da YPF da Repsol espanhola. E agora o terceiro mandato… A ordem é manter o controle sobre a atenção da massa néscia, para que não se aperceba de sua própria desgraça.