UM MUNDO EM DESEQUILIBRIO

No avançar deste século 21 que vivemos, nos deparamos com o mais elevado nível tecnológico observado no tempo e no espaço, com o avanço da 5ª Revolução Industrial; do algoritmo e da robotização; da inteligência artificial; com veículos e aeronaves, inclusive espacial autônomos e avanços inimagináveis da medicina moderna e outros campos da atividade profissional e empresarial.

É assustador a evolução bélica concentrada nos Estados Unidos, Europa e na Ásia, fruto de investimentos trilhonários de dólares, ao longo das últimas décadas, após a 2ª grande guerra mundial.

Considerando uma população mundial entre 7 e 8 bilhões de pessoas, temos uma fotografia que nos revela que 50% vivem em países pobres, sem infraestrutura e saneamento básico; 30% vivem nos países em desenvolvimento, com problemas nas insuficientes infraestrutura e saneamento básico, além dos agravantes da elevada concentração da renda em mãos de um baixo percentual da população. Outros 20% vivem nos países desenvolvidos – ricos.

O mundo vive uma síndrome em que tudo o que está ruim, pode piorar mais ainda.

A ONG – Organização das Nações Unidas elaborou documentário afirmando que a pandemia do novo coronavírus – Covid-19, gerou a pior crise sistêmica do planeta, desde a sua fundação em 1945, com a ampliação das desigualdades, deixando a população mundial vulnerável em situação mais crítica.

Afirmou, que o choque econômico causado pela crise sanitária afetou o consumo, investimento e produção em todo o mundo.

O organismo defende um reforço urgente e emergencial do sistema de proteção social, com programas de transferências de rendas. Segundo o relatório, o mundo está retrocedendo em relação aos 17 objetivos que buscam ações para reduzir a pobreza, proteger o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Em meio a essa triste realidade, as economias mais fortes do mundo vem enfrentando problemas sérios com a inflação, com a escassez de energia; com abastecimento de bens e com o meio ambiente.

A retomada mais rápida da atividade econômica na China, Estados Unidos, Inglaterra e União Europeia, vem provocando um aumento de preços no mercado internacional, do petróleo; minério de ferro, energia e alimentos. Seus subsequentes efeitos provocam aumento dos preços dos combustíveis em quase todos os países; aumento dos preços dos alimentos e dos bens de consumo duráveis. Em paralelo, afetam a indústria automobilística no mundo, por falta de chip e outros insumos; faltam também alimentos e combustíveis, além de mais caros, na Inglaterra, por falta de transportes e, como efeito o mundo já trabalha com projeções para um crescimento menor dos Estados Unidos, China e Europa, para este ano; uma inflação superior a 5% nos USA; 4% na China e 3,5% na Europa.

Na “aldeia global”, esses números prejudicados e não desejados pelo mundo, afetam toda a economia mundial, derrubando a expectativa de crescimento econômico; de controle da inflação e afetando o esforço de geração de empregos no mundo.

Por se tratar da segunda maior economia do mundo e o país mais populoso e maior consumidor mundial, a China vem enfrentando uma crise energética sem precedentes, que provoca blecautes na região nordeste do país, onde concentra um grande polo industrial. Há uma escassez no suprimento de carvão, que vem prejudicando a atividade de milhares de empresas da região, além do funcionamento de “serviços” em diversas cidades com grandes populações.

Como consequência, vem ocorrendo, além da falta, um aumento acentuado no custo do carvão que está sendo transferido para os preços dos bens produzidos. Uma crise na China afeta todo o mundo. Vivemos um verdadeiro desequilíbrio no mundo e no Brasil.

Messias Mercadante de Castro é professor da UniAnchieta, membro do Conselho de Administração da DAE e Consultor de Empresas.