UM NOVO SISTEMA ECONÔMICO

Vivemos todos um curso forçado; um ambiente de perplexidade em quase todos os países do mundo que, frente a um inimigo comum invisível – COVID-19, suas maiores metrópoles e principais cidades, pararam totalmente, quase que ao mesmo tempo, como se fossem cidades fantasmas.

As atividades de comércio e serviços não essenciais ficaram totalmente paralisadas, como os aeroportos, hotéis, restaurantes e comércio, em todos os países.

Diante dessa pandemia do novo coronavírus, ficou evidente o despreparo da saúde pública e privada mundo afora, para o enfrentamento dessa epidemia que, até aqui, já vitimou milhares de vidas.

Só restou a imposição do “isolamento social” das pessoas e a paralisia relativa da atividade econômica, para evitar uma catástrofe ainda maior de mortes em todo o mundo. Como conseqüência, ficou evidenciada a miséria, a fome e a falta de moradia ou a submoradia das camadas mais pobres das sociedades e, exatamente, as que mais sofrem os riscos de contaminação.

Adjacentemente, o FMI – Fundo Monetário Internacional acabou de projetar uma queda média de 3% do PIB – Produto Interno Bruto mundial neste ano, não obstante a enxurrada de recursos colocados nas economias para a proteção social e salvar empresas em todo o mundo.

No Brasil, além de elevadas somas de recursos destinados à proteção social dos desempregados, trabalhadores informais e micros, pequenas e médias empresas, há necessidade de vultosos recursos para socorrer Estados e Municípios que perdem arrecadação com a inevitável recessão econômica global.

Essa crise deixou mais evidente a grande distância no mundo, entre os países ricos e pobres, entre a riqueza e a pobreza das Sociedades, entre a abundância de alimentos e a fome.

Essa real dicotomia, existente há centenas de anos e que vem se acentuando, deve conscientizar as Autoridades Mundiais, da necessidade urgente de mudança no Sistema Econômico Global, passando a adotar o Sistema “Social-Capitalismo”, mantendo o atual “Capitalismo de mercado “ e maior socialização da renda e da riqueza entre os Países e dentro dos Países.

O passo inicial pode ser dado com o Estado, em conjunto com os Municípios, planejarem e executarem as ações necessárias relativas a água tratada, tratamento de esgoto, saúde pública, educação e moradia popular.

Essa ação de forma global teria que ser viabilizada com Reformas Tributárias, geradoras de recursos para esses investimentos e privatizações de empresas estatais.

Teríamos, no mundo, além da grande melhoria no perfil da distribuição da renda e da riqueza, uma gradual e significativa alavancagem nos padrões de vida das Sociedades mais pobres; a geração de empregos e renda para os trabalhadores e, consequentemente, maior justiça social e melhoria significativa da saúde pública, com reflexos positivos na educação.

MESSIAS MERCADANTE DE CASTRO é professor da UNIANCHIETA e Gestor de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia da Prefeitura de Jundiaí.
Email: messiasmercadante@terra.com.br