Um país sem excelências…

…nem mordomias! É o livro de Cláudia Wallin, com que o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, deputado Samuel Moreira, me presenteou. Logo na capa, a epígrafe instigante: “Na Suécia, os políticos ganham pouco, andam de ônibus e bicicleta, cozinham sua comida, lavam e passam suas roupas e são tratados como “você”. No Brasil…”.

A capa do livro estampa a foto de Carld Bildt, ministro das Relações Exteriores da Suécia e ex-primeiro-ministro,de bicicleta, a caminho de seu gabinete. O prefácio é de Luiz Fernando Emediato: “Viva a Suécia, Pobre Brasil!”. Ele começa por analisar a anomalia da República brasileira: “A incipiente democracia brasileira vive uma situação sui generis. Ser político e alto servidor público transformou-se numa profissão que confere à pessoa enormes confortos e mordomias e altíssimos lucros. Empresários podem ser ministros, ou ministros ou altos secretários se transformam em banqueiros, depois de seus controvertidos mandatos. Deputados e senadores costumam ser empresários ou delegados de corporações empresariais ou agrárias”.

O Reino da Suécia teve origem nos idos de 1200 da era cristã. O Rei Gustav é casado com Silvia, que estudou no Colégio Porto Seguro e quando viaja, usa avião de carreira e carrega sua própria bagagem de mão. As pessoas já se esqueceram de que ela dirigiu seu carro para ir à maternidade prestes a dar à luz à Princesa Vitória, hoje já casada. Pois é nesse país que o exercício da política é conduzido predominantemente com integridade, ausência de privilégios anacrônicos e respeito ao dinheiro dos impostos do cidadão, diz a autora. Um país onde os deputados recebem cerca de 50% a mais do que ganha, em média, um professor primário. Pois “os suecos querem mais transparência e menos políticos desconectados da realidade das ruas“. E o senso de autocrítica do poder persiste, como disse o então 1º Ministro, Göran Persson: “Não lidero o governo mais brilhante do mundo. O gabinete de ministros não é nenhum modelo de elite intelectual, e particularmente bonitos nós também não somos”. Mas têm autocrítica, o que parece faltar em alguns outros países. Que tal aprender alguma coisa com os suecos?