VENEZUELA – ULTRAJE A RIGOR

Os senadores brasileiros que foram à Venezuela visitar presos políticos
tiveram de voltar para casa sem cumprir a missão. Eles foram barrados por
violentos protestos de simpatizantes do governo de Nicolás Maduro e por
bloqueios policiais no trânsito. O desembarque no Aeroporto Simon Bolivar
foi o prenúncio de uma visita frustrada. Os senadores brasileiros ficaram
quase uma hora presos no avião. O grupo seguiria até o presídio militar de
Ramo Verde para se encontrar com o opositor Leopoldo López, que está em
greve de fome há quase um mês, mas a rodovia estava bloqueada. Segundo a
polícia, por causa de um acidente de trânsito. Foi então que dezenas de
simpatizantes do governo cercaram o microônibus e começaram a bater nos
vidros. Como os policiais não abriram passagem, nem afastaram os
manifestantes, a comitiva teve que dar meia volta. Está ai a constatação
clara de que na Venezuela não há liberdade de ir e vir e nem muito menos
democracia. Os senadores ainda fizeram uma nova tentativa de seguir para o
destino, mas dessa vez chegou a notícia de que o trânsito estava
interrompido, para a limpeza de um túnel. Depois de seis horas praticamente
sem sair do lugar, os senadores voltaram para o aeroporto e embarcaram para
o Brasil sem visitar os líderes da oposição, presos políticos do governo de
Nicolás Maduro. A repercussão da opinião pública no Brasil contra o clima de
intolerância enfrentado pela comitiva de parlamentares brasileiros foi
imediata. De forma amena, o governo cobrou explicações e o Itamaraty
condenou as manifestações contra os senadores. Omissões e bravatas são
especialidades da presidente e de seu chefe, o Lula, sempre assistindo a
tudo com cara de “não tenho nada com isso”. O governo Dilma, consegue sempre
beirar o ridículo. Sem entrar na questão técnica, todos esperavam mais vigor
e energia. Ser desdenhado é destino, ser desdenhado e cair-se de amor por
quem nos desdenha é no mínimo falta de vergonha na cara. Nesse caso, faltou
postura e firmeza do governo, que é vislumbrado e pousa de liderança
política econômica sul-americana. Na verdade precisamos reconquistar a
liderança Latino Americana, liderança essa que jogamos no lixo na última
década. O incidente mostrou que sem somos capazes de contrapor com firmeza
um ultraje a nosso parlamento, mostra no que no que nos transformamos.