VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER

Será que o feminismo não se satisfaz com pouco ao exigir para a mulher seus
“direitos”, quando deveria lutar mais amplo, ou seja, a apropriação do
projeto da mediação universal entre a deficiência e a otimização masculina
das coisas? Por exemplo, mesmo morando em grandes centros ou na periferia
deles, um simples acompanhamento pré-natal transforma-se em autênticos
calvários. Os resultados do descaso dentre outros, vão de abortos ao
falecimento das gestantes. No País em que o próprio Ministério da Saúde
classifica como inaceitáveis os índices de morte após o parto, mulheres
muitas vezes têm de viajar precariamente 60 kilômetros para fazer uma
mamografia ou esperar meses até conseguir o diagnóstico de um exame de
câncer de colo do útero. Outro absurdo que acomete as mulheres é a indicação
pelos médicos de pílulas anticoncepcionais e hormônios injetáveis para
contracepção. Claro que são métodos eficazes, mas nem sempre indicados. Há
mulheres que apresentam restrições a este método, mas ao que parece, isso
não vem sendo observado. Em 2014, o índice de mortes após o parto foi de
cerca de 52 por 100 mil nascidos vivos. Importante saber que o homem é
espetaculoso e retórico, desencadeia tempestades e terremotos na busca de
resultados. A mulher, não, seu estilo é passar despercebida, discreta,
afirmando-se menos no “fazer” e mais no “ser e no estar”. Outra coisa
importante é saber que foi à mulher que inventou o trabalho, pois este
nunca foi o forte do homem. O macho da espécie humana é caçador, pescador,
navegador, prefere depois a política, a ciência, a arte, os negócios. A
mulher foi quem primeiro cuidou da fiação, da cozinha, do trabalho no campo,
da agricultura. Aproveitando a deixa, não caberia deduzir, então, que o
papel próprio da mulher é ser a grande “mediadora” em todos os setores?
Mediadora entre a barbárie e a civilização, entre a tirania e a justiça. A
mulher está cumprindo sua função mediadora na história? A mulher não é
turbulenta como o homem, e sim estática como a da atmosfera. Há,
evidentemente, na essência feminina, uma índole atmosférica que opera
lentamente, à maneira do clima. Mães, mulheres e fêmeas constrói nossa
civilização abrindo trilhas que desde a pré-história o homem aprendeu a
seguir apoderando-se da fama, mera ilusão, elas sempre estiveram no comando.