AS VIÚVAS DE LULA

O ex-executivo da empreiteira OAS Léo Pinheiro deve citar o
ex-presidente Lula em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF). As
informações foram publicadas pela revista Veja desse final de semana.
Segundo fonte não revelada, Pinheiro pretenderia se valer da lei de delação
premiada para reduzir drasticamente sua pena em troca de informações sobre a
participação do Lula no esquema monstro de fraudes que assolam a Petrobras.
Com medo de voltar à cadeia, depois de passar seis meses preso em Curitiba,
Pinheiro teria prometido passar aos procuradores a lista de despesas da
família de Lula custeadas pela OAS e garantido ter conhecimento direto de
como Fábio Luís da Silva, o Lulinha, fez fortuna atuando na órbita de
influência da construtora. “Depois que o Léo falar, não tem como não
prender o Lula. Ou se prende o Lula, ou se desmoraliza a Lava-Jato”, diz um
interlocutor de Léo Pinheiro. Entre as doações da OAS à família de Lula
estaria uma cobertura triplex no Guarujá. A OAS teria ainda ajudado
financeiramente Rosemary Noronha, supostamente ex-amante e ex-chefe do
escritório da Presidência em São Paulo, demitida após ser descoberta pela
Polícia Federal traficando influência no governo. Considerando os fatos
históricos e que a Revista Veja nunca publicaria tal reportagem de forma
irresponsável, em breve poderemos ver o ex presidente Lula atrás das grades.
Em meus artigos, há tempos conto com essa possibilidade. Assim como Getulio
Vargas, o fim do Lulopetismo deixará viúvas. Pessoas que afiançaram suas
vidas na suposta integridade da ideologia de Lual. Um sentimento do tipo
“Elvis não morreu” poderá tomar os seguidores de Lula. Depois de ter
vencido a luta contra um câncer de laringe, o ex-presidente não é mais o
mesmo, há inclusive quem diga que ainda não ganhou essa batalha. Não sei
dizer se Lula suportará o que vem pela frente, de qualquer forma, mesmo em
vida, suas viúvas ficarão procurando justificar a eventual canalhice do
ex-chefão todo poderoso. Com a presidente Dilma amargando cerca de 7% de
aprovação, o presidente do Senado, Renan Calheiros e da Câmara dos
Deputados, Eduardo Cunha citados na Operação Lava Jato, outro fato relevante
é que com Lula atrás das grades, abre-se um vácuo no cenário político
nacional. Parece irreparável, mas é melhor assim pois o Brasil está sendo
passado a limpo e bons ventos estão a vir.